Dívida Bruta do Brasil sobe para 75% do PIB em Janeiro, apesar de superávit primário

Apesar de forte superávit, dívida pública do Brasil sobe para 75% do PIB em janeiro.

Apesar de registrar um robusto superávit primário, a dívida pública do Brasil, medida como percentual do Produto Interno Bruto (PIB), experimentou um aumento em janeiro, alcançando a marca de 75%. Dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira apontam que o crescimento de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior foi majoritariamente impulsionado pelos custos com juros, que somaram um acréscimo de 52,8% em comparação ao ano passado, atingindo o valor de 79,9 bilhões de reais.

Este cenário se desdobra mesmo com o país apresentando um expressivo superávit primário nas contas públicas, fruto da retomada de impostos federais sobre a gasolina e a implementação de um novo sistema de tributação sobre fundos de investimento fechados, que resultou em uma arrecadação de 102,146 bilhões de reais no mês, superando as expectativas.

Dívida Bruta do Brasil sobe para 75% do PIB em Janeiro, apesar de superávit primário

A elevação na dívida foi influenciada também pelas operações de swap cambial realizadas pelo Banco Central, que registaram perdas substanciais. Além disso, o crescimento do estoque da dívida e os custos associados contribuíram para o aumento dos encargos com juros, que, em 12 meses, atingiram o nível mais alto desde junho de 2017, representando 6,82% do PIB.

Embora o Banco Central tenha adotado uma postura de flexibilização monetária, reduzindo a taxa Selic em 250 pontos base desde agosto, a taxa de referência permanece elevada a 11,25%, um fator que contrasta com a inflação anual de 4,49%. Tal medida busca equilibrar o crescimento econômico com o controle inflacionário, mas implica desafios na gestão da dívida pública.

A performance fiscal do Brasil revela uma complexidade nas finanças públicas, onde, apesar de avanços em determinados indicadores como o superávit primário, persistem desafios significativos relacionados ao endividamento e às despesas com juros. O défice nominal, incluindo as despesas com juros, ressalta uma deterioração fiscal, atingindo 9,06% do PIB.

Este panorama fiscal requer uma atenção contínua às políticas econômicas e fiscais adotadas pelo governo, visando sustentar a recuperação econômica enquanto se gerencia de forma prudente a dívida pública. A conjuntura sugere a necessidade de medidas que possam impulsionar o crescimento econômico sem comprometer a saúde fiscal do país no longo prazo


André Carvalho

André Carvalho é jornalista especializado em estilo de vida e bem-estar. Seus artigos cobrem horóscopo, beleza, personalidade, casa e jardim, relacionamento, dicas de casa, receita, plantas e ervas, moda e look e muito mais | Contato: [email protected]

google newa

+

Relacionadas