Bolsa Família ainda supera trabalhadores formais em três estados brasileiros; revela relatório

Relatório revela que três estados brasileiros têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores formais. Impacto econômico em debate.

Um relatório recente divulgado pela analista Caroline Meira revelou que, em três estados brasileiros, o número de beneficiários do Bolsa Família supera o número de trabalhadores formais no setor privado. Esses dados ressaltam uma dependência persistente dos programas sociais em certas regiões do país, levantando debates sobre seu impacto econômico.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo com um aumento na demanda por trabalho no início de 2024, a taxa de desemprego nacional caiu para 7,8% no primeiro trimestre deste ano, o menor índice para esse período desde fevereiro de 2015. No entanto, a análise mostra que as regiões Norte e Nordeste dependem mais do Bolsa Família, com destaque para o estado do Maranhão.

 


Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Enquanto isso, em Santa Catarina, a menor proporção é registrada, com 10 trabalhadores formais para cada beneficiário do programa. Em contraste, o estado do Maranhão apresenta uma disparidade significativa, com mais de 1 milhão de famílias beneficiárias em relação a 641 mil empregos formais.

Essa realidade é ressaltada pela evolução histórica dos programas sociais no Brasil. Antes da pandemia de coronavírus, o país contava com mais de 39 milhões de trabalhadores com carteira assinada e 13 milhões de beneficiários do Bolsa Família. No entanto, com a crise, o governo Bolsonaro substituiu o Bolsa Família pelo auxílio Brasil, que alcançou o valor de R$ 600 durante o período mais crítico da pandemia, quando o mercado de trabalho estava fragilizado.

Após mudanças de governo, o Bolsa Família foi retomado. Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicam um aumento real de 12,5% na renda domiciliar per capita em 2023, evidenciando uma melhora na situação econômica do país. No entanto, economistas alertam que a dependência excessiva de programas sociais pode limitar o desenvolvimento econômico a longo prazo.

Diante desses dados, especialistas enfatizam a necessidade de políticas que incentivem o crescimento do mercado de trabalho formal e reduzam a dependência de programas sociais. A discussão sobre o equilíbrio entre assistência social e desenvolvimento econômico continua a ser crucial para o futuro do país.


Naiane Santana

Naiane Santana é uma redatora experiente com foco em economia, mercados e negócios, trazendo insights valiosos e análises profundas em suas escritas. Com uma sólida trajetória de 2 anos escrevendo na área de negócios, Naiane deu um grande passo em sua carreira ao ingressar na equipe do O Petróleo em 2022, onde continua a impactar positivamente o setor com sua expertise e dedicação. Contato: [email protected]

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