Certamente, muitos de nós já recebemos anúncios a bordo de aeronaves, seguidos de desligar ou colocar nossos telefones no modo avião. Embora isso seja amplamente considerado como uma medida para evitar interferência nos sistemas de aeronaves, vale ressaltar que os benefícios mais significativos podem ser para o equipamento de solo e a vida útil das baterias de nossos dispositivos!
Ativando modo avião
O modo vôo, ou modo avião, foi introduzido nos primeiros dias dos smartphones. Antes disso, os telefones e outros dispositivos eletrônicos tinham que ser totalmente desligados durante um voo. Na Europa e nos EUA, os regulamentos mudaram em 2013 para permitir que os dispositivos permanecessem ligados enquanto estivessem em modo de voo. A regulamentação ainda difere entre os países. A China , por exemplo, só mudou suas regras em 2017 para reconhecer o modo de voo.
Quase todos os dispositivos, como telefones Android, iPhones, iPads ou tablets e laptops Windows, possuem modo de voo atualmente. A ativação do modo avião desativará todas as comunicações celulares, WiFi e Bluetooth. Muitos dispositivos permitirão que o WiFi seja ativado durante o modo de vôo – isso permite o uso de serviços WiFi instalados na aeronave (geralmente permitidos apenas acima de 10.000 pés por segurança).
A maioria dos dispositivos oferece modo avião. Foto: Skitterphoto via PixabayEvitando interferência de sinais
O modo avião impedirá que os dispositivos emitam qualquer forma de sinal de rádio. Isso pode causar interferência eletromagnética nos sistemas, eletrônicos ou comunicações da aeronave. Isto é ainda pior em voo do que em terra, já que muitos dispositivos móveis são projetados para aumentar a intensidade do sinal caso tenham dificuldade em se conectar a uma torre. A interferência pode ocorrer na comunicação de rádio do piloto e do ATC ou nos sistemas de navegação.
Hoje em dia sabemos que a interferência é um problema menor. Ele foi bem testado e agora os sistemas são projetados para lidar com isso. Este não era necessariamente o caso quando o uso móvel começou – os sistemas das aeronaves já estavam instalados e não foram testados contra essas novas ameaças. Prevenir ou limitar severamente o uso, portanto, fazia sentido.
Protegendo equipamentos terrestres
Há outra razão por vezes citada para a introdução precoce de restrições à telefonia móvel. Isto está relacionado ao impacto potencial nos equipamentos terrestres celulares.
Um dispositivo móvel operando em altitude e movendo-se em alta velocidade pode ver várias torres de celular ao mesmo tempo. Isso bloqueará as frequências usadas por essas torres, com muito mais atividade do que foram projetadas para suportar a partir de dispositivos terrestres. Nos EUA, a proibição de dispositivos eletrónicos em voo foi inicialmente implementada pela Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), e não pela FAA , por este motivo.
A regulamentação é excessivamente cautelosa?
É amplamente aceito que desabilitar todos os dispositivos dessa forma é um excesso de cautela. Mas a indústria da aviação funciona dessa forma, com requisitos rigorosos para garantir os níveis máximos de segurança.
Nos primeiros dias do uso do celular, isso era um problema maior – há até relatos de pilotos ouvindo cliques toda vez que um telefone tentava fazer uma conexão.
Hoje em dia, os sistemas e componentes eletrônicos das aeronaves modernas são bem testados para garantir interferência mínima. As companhias aéreas e os reguladores sabem que nem todos os dispositivos serão realmente desligados – e, claro, não vemos aeronaves perdendo comunicação ou saindo do curso como resultado. No entanto, a segurança é fundamental e há sempre a possibilidade de dispositivos não testados e interferências se tornarem um problema.
André Carvalho
