A lealdade, especialmente em relacionamentos amorosos, sempre foi um pilar da sociedade. Com o avanço dos tempos e a evolução social, este conceito enfrenta constantes desafios. Hoje, questiona-se: a fidelidade ainda é um valor fundamental?
Historicamente, a fidelidade era predominantemente uma exigência imposta às mulheres, enquanto os homens desfrutavam de maior liberdade. Esta norma refletia a necessidade de assegurar a linhagem paterna. No entanto, este cenário começou a mudar significativamente no século XX, especialmente com o movimento pelos direitos das mulheres.
A emancipação feminina, o acesso ao mercado de trabalho e a contracepção transformaram radicalmente o papel das mulheres na sociedade. Com isso, a fidelidade passou a ser uma escolha bilateral nos relacionamentos, independentemente da orientação sexual dos parceiros.
O amor romântico, que surgiu como uma ideia relativamente nova, transformou a base dos relacionamentos. Antes, os casamentos eram arranjos pragmáticos para a transmissão de patrimônio e valores familiares. Agora, eles são frequentemente fundamentados no amor e na escolha mútua, com a fidelidade sendo um elemento esperado para preservar a exclusividade e a intimidade do casal.
No entanto, a realidade da infidelidade não pode ser ignorada. Em alguns casos, ela atua como um gatilho para crises que, paradoxalmente, podem salvar um relacionamento, ao abrir caminhos para a comunicação e compreensão. Em outros, pode ser devastadora, causando danos comparáveis ao estresse pós-traumático.
Interessantemente, alguns casais encontram formas alternativas de definir a lealdade. Relacionamentos abertos ou poliamorosos são exemplos de como a fidelidade pode ser reinterpretada e negociada. Nesses arranjos, a fidelidade pode coexistir com a não exclusividade, desde que haja comunicação clara e consentimento mútuo desde o início.