Ajuste no salário mínimo pode impactar beneficiários do Bolsa Família no Piauí

Desafio do aumento salarial: como o ajuste do mínimo afeta os beneficiários do Bolsa Família no Piauí

Teresina, Piauí – 8 de Fevereiro de 2024 – O aumento do salário mínimo nacional trouxe novos desafios para os beneficiários do programa Bolsa Família no Piauí, especialmente para famílias em situação de vulnerabilidade social. Com mais de 600.000 famílias piauienses dependentes do programa, a recente correção do salário mínimo de R$ 1.320 para R$ 1.412 pode excluir muitos dos atuais beneficiários devido ao cálculo da renda per capita.

Laura, mãe solo de três filhos e residente de Teresina, compartilha como o Bolsa Família tem sido fundamental para sustentar sua família, especialmente após o aumento do benefício. “Antes, R$ 30 já me ajudava com leite e fralda. Hoje, recebo R$ 50, e isso faz toda a diferença para nós,” disse ela. No entanto, a preocupação com o futuro do auxílio é palpável entre os beneficiários.

Ajuste no salário mínimo pode impactar beneficiários do Bolsa Família no Piauí
Ajuste no salário mínimo pode impactar beneficiários do Bolsa Família no Piauí

O programa Bolsa Família, desenhado para apoiar famílias de baixa renda, tem seu critério de elegibilidade atrelado à renda per capita, que não deve ultrapassar um limite estabelecido. Com o aumento do salário mínimo, a renda por pessoa em muitas famílias pode superar esse limite, deixando-as de fora do programa. Por exemplo, uma família de seis pessoas com renda de um salário mínimo agora tem uma renda per capita de R$ 235, acima do teto de R$ 218 para elegibilidade no Bolsa Família.

O coordenador estadual do Bolsa Família no Piauí aponta para a necessidade de revisão dos critérios do programa em face dos novos valores do salário mínimo. “Em gestões anteriores, sempre houve uma avaliação para ajustar tanto o valor do benefício quanto o limite de renda para participação no programa. Esperamos que o governo atual também faça essa avaliação,” afirmou.

Apesar da incerteza, há quem veja no emprego formal uma saída desejável. “Eu prefiro ter um emprego fixo, de carteira assinada, do que ficar dependente da bolsa,” diz Laura, ecoando o sentimento de muitos que buscam uma transição para o mercado de trabalho formal sem perder o suporte do Bolsa Família durante essa transição.

A situação no Piauí reflete o delicado equilíbrio entre fornecer assistência a quem precisa e incentivar a independência financeira. Com o recente aumento do salário mínimo, torna-se crucial reavaliar os critérios de elegibilidade do Bolsa Família para não penalizar aqueles que estão à margem da sociedade, garantindo que o programa continue a cumprir seu objetivo essencial de apoio às famílias mais vulneráveis do estado.

A comunidade aguarda ansiosamente por soluções que possam garantir a continuidade do apoio, sem que o ajuste no salário mínimo represente um obstáculo para aqueles que dependem do Bolsa Família para sobreviver.


André Carvalho

André Carvalho é jornalista especializado em estilo de vida e bem-estar. Seus artigos cobrem horóscopo, beleza, personalidade, casa e jardim, relacionamento, dicas de casa, receita, plantas e ervas, moda e look e muito mais | Contato: [email protected]

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