A auto-sabotagem nos relacionamentos amorosos é um fenômeno complexo e frequentemente inadvertido, onde um dos parceiros, de maneira inconsciente, executa ações que podem levar ao término da relação. Este comportamento pode se manifestar de duas formas: escolhendo um parceiro inadequado (desafetuoso, indiferente, inconfiável, reincidente na infidelidade) ou, paradoxalmente, agindo de maneira destrutiva em um relacionamento potencialmente saudável. Este padrão de comportamento tem sido objeto de numerosos estudos e pesquisas.
De acordo com um estudo publicado em 2021 no “Journal of Couple & Relationship Therapy”, os motivos mais comuns para a auto-sabotagem em relacionamentos incluem:
- Medo de ser ferido: O indivíduo age de forma prejudicial, trai e se distancia, temendo ser traído ou abandonado.
- Medo do compromisso: O relacionamento é visto como uma restrição à identidade e autonomia pessoal.
- Medo da intimidade: A relação é percebida como ameaçadora, levando a distanciamentos intencionais.
- Medo da solidão: Uma busca incessante por segurança, ironicamente, mina o relacionamento e leva à solidão temida.
- Dificuldade em confiar: Desconfiança e proteção excessiva impedem a intimidade e fomentam comportamentos de auto-sabotagem.
- Baixa autoestima: Sentimentos de inferioridade geram a percepção de ser indigno de amor.
- Expectativas irreais: Ideais fantasiosos de um relacionamento perfeito frequentemente colidem com a realidade.
- Falta de habilidades relacionais: Imaturidade emocional e inabilidade para lidar com conflitos de forma saudável.
Estes comportamentos muitas vezes surgem de experiências passadas negativas, especialmente na infância, que levam a uma vivência ambivalente do amor e da intimidade. Consequentemente, tais relações são marcadas por instabilidades e rupturas evitáveis.
O Impacto das Expectativas e Estratégias Defensivas na Auto-Sabotagem A pesquisa de Kammarath e Dweck (2012) mostrou que indivíduos com históricos de apego inseguro e infâncias difíceis tendem a ter expectativas negativas sobre seus relacionamentos, levando a um menor envolvimento na resolução de problemas e a uma resignação em face da dor. Esta postura defensiva não apenas prejudica a relação, mas também reforça um ciclo de insatisfação e autossabotagem.
Essas estratégias defensivas, embora intencionadas a proteger, acabam sendo disfuncionais. Elas criam um estado de alerta constante, onde até os momentos positivos são vistos com desconfiança, reforçando a crença de que algo ruim está prestes a acontecer. Esta mentalidade pode levar a comportamentos de auto-sabotagem, mesmo em situações onde o amor e a intimidade genuínos são oferecidos.
A Jornada de Autoconhecimento e Cura Para superar a auto-sabotagem, é fundamental reconhecer e abordar as feridas emocionais subjacentes. É essencial cultivar uma base segura em si mesmo, permitindo formar vínculos saudáveis e aceitar o amor sem medo ou desconfiança. O processo de autoconhecimento e cura passa por enfrentar e nomear as dores internas, reconhecendo a própria capacidade e valor.
Saindo de Relacionamentos Destrutivos Para aqueles em processos de separação de relações prejudiciais, a chave é centrar-se em si mesmo, tratando-se com o respeito e cuidado que merecem. O livro best-seller “Você adoece de amor, você se cura de amor” oferece insights valiosos para quem busca se reencontrar e se colocar no centro de sua própria vida.
Iluminar o caminho para aqueles que lutam com a auto-sabotagem nos relacionamentos, oferecendo compreensão, estratégias e esperança para um futuro mais feliz e saudável no amor.
Adriana Carvalho
