Você já ouviu falar dos incríveis benefícios da atenção plena, uma prática que envolve estar consciente do momento presente, sem julgamentos, seja em relação a si mesmo ou ao ambiente ao seu redor? Mas será que é possível aplicar essa mesma atenção plena aos relacionamentos interpessoais em nossas vidas?
A resposta é sim! Você pode praticar a atenção plena interpessoal, que consiste em uma consciência em relação aos outros que é desprovida de julgamentos, atenta e focada no presente (Pratscher, Rose, Markovitz, & Bettencourt, 2018). Recentemente, pesquisadores desenvolveram estudos para compreender a parceria consciente, também conhecida como atenção plena interpessoal, quando se trata de relacionamentos românticos.
Os resultados revelaram que ser um parceiro consciente envolve cinco componentes fundamentais:
Consciência Consciente na Atenção e Ação em Relação ao Parceiro
Esta primeira estratégia envolve estar plenamente consciente do parceiro, prestando total atenção a ele em atividades compartilhadas e em ações relacionadas ao parceiro. Essa prática permite que o parceiro se sinta verdadeiramente visto e ouvido, fortalecendo os laços interpessoais e a sensação de que o parceiro está emocionalmente acessível e confiável, o que é essencial para a intimidade e a resolução de conflitos (Bowen, Yeates, & Palmer, 2018).
Não-Reatividade em Momentos de Conflito
A não reatividade na atenção plena interpessoal envolve fazer uma pausa consciente antes de reagir quando há situações difíceis com o parceiro. Essa pausa consciente oferece tempo para escolher a maneira mais útil de responder, aumentando assim a probabilidade de escolher comportamentos benéficos para o relacionamento. Uma comunicação construtiva durante o conflito é um dos principais indicadores de satisfação e estabilidade em relacionamentos de longo prazo, tornando a não reatividade uma estratégia valiosa.
Consciência Emocional do Parceiro
Esta estratégia envolve a capacidade de reconhecer o estado emocional do parceiro, uma habilidade que pode ser aprimorada através da prática da atenção plena (Wachs & Cordova, 2007). Além disso, a parceria consciente requer aceitação e compaixão pelo parceiro, abordando as diferenças com gentileza, compreensão e empatia (Duncan et al., 2009). Essas qualidades facilitam a resolução de conflitos e o oferecimento de apoio, aumentando a satisfação no relacionamento (Kappen, Karremans, Burk, & Buyukcan-Tetik, 2018).
Aceitação Intencional e Compaixão pelo Parceiro
Quando somos gentis conosco, somos mais capazes de estender essa gentileza aos nossos parceiros, evitando autocríticas que podem agravar os problemas e comportamentos negativos na relação (Neff & Beretvas, 2013; Karris e Caldwell, 2015).
Autocompaixão na Parceria
Por fim, a autocompaixão é essencial. Perdoar a si mesmo por erros relacionais e evitar a autocrítica pode melhorar ainda mais a qualidade da parceria.
Ao refletir sobre essas estratégias, você pode avaliar o quão consciente você é em relação ao seu parceiro e como essas práticas podem ajudar a criar a conexão emocional que você procura em seu relacionamento.
Adriana Carvalho
