quinta-feira, 21 novembro / 2024

Uma explosão devastadora de um caminhão-tanque de combustível na cidade de Majiya, próximo a Kano, no norte da Nigéria, matou mais de 140 pessoas e feriu dezenas na noite de terça-feira. Segundo a polícia local, o acidente aconteceu quando o motorista perdeu o controle do veículo, provocando um derramamento de combustível que atraiu moradores da região.

Lawan Adam, porta-voz da polícia, informou que “os moradores estavam tentando recolher o combustível quando uma explosão ocorreu, resultando em um incêndio de grandes proporções”. A tragédia reacende o alerta para os perigos de acidentes envolvendo caminhões de combustível no país, especialmente em áreas onde a população lida com dificuldades de abastecimento.

Este é o segundo acidente grave do tipo em menos de um mês. Em setembro, outra explosão de caminhão-tanque matou 48 pessoas no centro-norte da Nigéria após uma colisão com um veículo de passageiros.

Contexto de crise no setor de combustíveis

A Nigéria, maior produtora de petróleo da África, enfrenta uma crise no fornecimento de combustível, o que tem gerado filas quilométricas em postos de abastecimento e aumentado o risco de acidentes como o de Majiya. Em setembro, a estatal NNPC Ltd elevou os preços da gasolina em 39%, o segundo aumento expressivo em um ano.

Apesar da inauguração da refinaria de Aliko Dangote, com capacidade de 650 mil barris por dia, o país ainda importa a maior parte de seu combustível devido à baixa capacidade de refino doméstico. Essa dependência do mercado externo agrava a escassez e aumenta a pressão sobre a população.

Dificuldades na produção e fuga de empresas

A Nigéria também tem enfrentado desafios na sua produção de petróleo bruto. Em agosto, o país produziu uma média de 1,35 milhão de barris por dia, abaixo da meta estipulada pela OPEP, de 1,5 milhão. Além disso, várias multinacionais do setor de petróleo e gás deixaram o mercado nigeriano nos últimos anos, apesar dos esforços do governo para ampliar as operações de exploração após a promulgação da Lei da Indústria do Petróleo (PIA) em 2021.

 

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Suzana Melo é uma jornalista renomado com mais de 15 anos de experiência, em temas relacionados à inovação e desenvolvimento tecnológico, ela aborda com profundidade as transformações industriais e sustentáveis nesses setores. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Suzana construiu sua carreira cobrindo as principais mudanças e desafios das indústrias energéticas no Brasil.