O fundo imobiliário PVBI11, especializado em lajes corporativas de alto padrão, vive um momento delicado. Com vacância elevada, uso de reservas para sustentar proventos e queda recente na cotação, o fundo corre o risco de ter de reduzir o pagamento de dividendos caso não consiga acelerar as locações.

No último mês, o PVBI11 gerou R$ 0,47 por cota, mas distribuiu R$ 0,50, utilizando 3 centavos de suas reservas. O patrimônio líquido do fundo é de aproximadamente R$ 3 bilhões, com valor patrimonial por cota de R$ 107 e liquidez diária de cerca de R$ 3 milhões.

Receita, vacância e movimentações no portfólio

O portfólio do PVBI11 conta com sete ativos, todos edifícios corporativos de alto padrão, localizados em regiões estratégicas. No entanto, a vacância atual é de 20,9%, reflexo da saída de grandes locatários, como o CCB, e de um cenário desafiador no mercado de lajes em regiões como a Faria Lima.

Nos últimos meses, houve novas locações de pequenas áreas, incluindo contratos com Enen, Agibank, Infra e Perfim, além de substituição de inquilinos no Edifício Veracruz. Apesar disso, o volume não foi suficiente para reduzir significativamente a taxa de vacância.

Dados de desempenho recente do PVBI11

IndicadorÚltimo mêsVariação
Receita por cotaR$ 0,47
Dividendos pagosR$ 0,50
Uso de reservasR$ 0,03
Vacância20,9%+
Patrimônio líquidoR$ 3 bi+2%
Valor patrimonial/cotaR$ 107+2%
Cotação de mercadoR$ 73

A recente reavaliação dos ativos, feita pela mesma empresa do ano anterior, indicou valorização média de 3% nos imóveis, elevando em 2% o valor patrimonial do fundo. O método utilizado foi o de fluxo de caixa descontado, que considera vacância e projeções de receita.

Dentre os destaques:

  • Park Tower: valorização de 15% devido a fatores operacionais.

  • Union: perda de valor pela alta vacância.

  • Vimpa Corporate: valorização após venda de conjuntos.

Estratégia para reduzir vacância: modelo turn key

Para acelerar as locações, o PVBI11 aposta no modelo turn key, que entrega escritórios prontos e mobiliados para ocupação imediata, reduzindo a barreira de entrada para novos inquilinos. A estratégia já mostrou bons resultados em outros fundos, como o FATN, que reduziu vacância de 70% para 11% em seis meses.

No caso do PVBI11, o foco inicial dessa estratégia está no Union Faria Lima. Embora implique custos adicionais, a expectativa é que aumente a taxa de ocupação e, consequentemente, a receita.

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Suzana Melo é economista formada pela PUC-SP e especialista em Finanças e Gestão Pública pela FGV. No O Petróleo, cobre temas como investimentos, petróleo e gás, macroeconomia e tributação sobre ativos financeiros. Suas análises unem rigor técnico e clareza, ajudando o leitor a compreender tendências e a tomar decisões seguras no mercado nacional e internacional.