A Petrobras avalia que a exploração da Margem Equatorial é essencial para garantir a autossuficiência do Brasil em petróleo nas próximas décadas. Segundo projeções, a região pode alcançar o pico de produção de até 5 bilhões de barris por dia em 2030. Sem novos campos descobertos ou explorados, o país corre o risco de voltar a importar o insumo a partir de 2040.

O alerta foi reforçado por especialistas do setor, que destacam que a companhia já inclui a exploração da área em seu planejamento estratégico de médio e longo prazo. A estatal considera a Margem Equatorial um ativo fundamental para manter a curva de produção estável, compensando a maturidade e o declínio natural dos campos atuais.

Entraves regulatórios atrasam avanço

Apesar da relevância estratégica, o processo de exploração enfrenta atrasos por questões regulatórias e ambientais. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda não concedeu todas as licenças necessárias, o que, segundo analistas, retarda a geração de valor para acionistas e para a economia nacional.

Enquanto o Brasil avança lentamente, países vizinhos com menor experiência em águas ultraprofundas já iniciaram investimentos na região, aumentando sua produção e impulsionando o PIB.

Impacto econômico e estratégico

A exploração da Margem Equatorial é considerada uma oportunidade de manter o país entre os principais produtores globais. A Petrobras destaca que, além de garantir abastecimento interno, o petróleo continuará sendo um insumo estratégico por pelo menos mais 30 anos, apesar da transição energética.

Se não houver avanço, a queda de produção pode reduzir o valor de mercado da estatal e comprometer a balança comercial.

Produção de petróleo no Brasil – Cenário projetado

AnoProdução estimada (milhões de barris/dia)Situação projetada
20305,0Pico de produção
20354,2Início do declínio
20403,0Risco de importação

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Suzana Melo é economista formada pela PUC-SP e especialista em Finanças e Gestão Pública pela FGV. No O Petróleo, cobre temas como investimentos, petróleo e gás, macroeconomia e tributação sobre ativos financeiros. Suas análises unem rigor técnico e clareza, ajudando o leitor a compreender tendências e a tomar decisões seguras no mercado nacional e internacional.