O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, se reuniram nesta segunda-feira (11) no Palácio do Planalto, em Brasília, para acertar os últimos detalhes do plano de contingência voltado às empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que entrou em vigor na semana passada.

O anúncio oficial deve ocorrer nesta terça-feira (12) por meio de medida provisória, após ajustes finais discutidos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros integrantes da equipe econômica.

Três frentes de atuação

Segundo Haddad, a medida terá três eixos principais para mitigar os efeitos das novas tarifas:

  1. Linhas de crédito emergencial — voltadas a investimentos e capital de giro para empresas impactadas, permitindo manutenção das operações e da competitividade no mercado externo.

  2. Adiamento de tributos federais — impostos e contribuições poderão ser postergados por até dois meses, medida semelhante à adotada durante a pandemia de COVID-19, liberando recursos para manter atividades e empregos.

  3. Ampliação das compras públicas — o governo deve aumentar a aquisição de produtos nacionais, especialmente alimentos perecíveis, fortalecendo a demanda interna e reduzindo o impacto da queda nas exportações.

Empresas impactadas

De acordo com o ministro da Fazenda, mais de 10 mil empresas brasileiras exportam para os Estados Unidos, desde gigantes como a Embraer até pequenos produtores de frutas do Vale do São Francisco. Por isso, a medida provisória será flexível, adaptando-se à realidade e às necessidades de cada setor.

Haddad ressaltou que o objetivo é proteger a economia nacional e preservar empregos diante da redução de competitividade causada pelo aumento das tarifas norte-americanas.

Empresários e associações de exportadores aguardam com expectativa a divulgação do plano, visto como essencial para evitar cortes de produção, demissões e fechamento de contratos internacionais. Especialistas alertam que, sem medidas rápidas, o efeito do tarifaço pode ser sentido em cadeia em diversos segmentos, afetando desde a balança comercial até a arrecadação de impostos.

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Suzana Melo é economista formada pela PUC-SP e especialista em Finanças e Gestão Pública pela FGV. No O Petróleo, cobre temas como investimentos, petróleo e gás, macroeconomia e tributação sobre ativos financeiros. Suas análises unem rigor técnico e clareza, ajudando o leitor a compreender tendências e a tomar decisões seguras no mercado nacional e internacional.