O fundo imobiliário KNSC11 divulgou, em 8 de agosto de 2025, seu relatório gerencial referente ao desempenho de julho. Os números mostram solidez na geração de receita, boa diversificação de portfólio e manutenção do patamar de dividendos, mesmo com margem para maior estabilidade nas distribuições.

Preço abaixo do valor patrimonial e alta liquidez

Na sexta-feira (8), o KNSC11 encerrou o pregão cotado a R$ 8,50, representando um P/VP de 0,96. O valor está abaixo do preço justo estimado em R$ 8,81, configurando desconto em relação ao valor patrimonial.
O fundo mantém liquidez média diária superior a R$ 4 milhões e conta com cerca de 220 mil cotistas. O dividend yield anualizado supera 13%, com pagamento mensal acima de 1%.

Histórico de dividendos e possibilidade de estabilidade

Nos últimos 12 meses, o menor dividendo pago foi de R$ 0,08 e o maior de R$ 0,11 por cota. Atualmente, o rendimento está em R$ 0,10, com reserva acumulada de R$ 0,09 por cota, o que permitiria reduzir oscilações nas distribuições.
A gestão, porém, opta por ajustes pontuais nos rendimentos conforme a performance mensal, característica comum em FIIs de papel.

Composição da carteira e novas operações

Alocação por indexador

  • CRIs atrelados ao IPCA: 63,4%

  • CRIs atrelados ao CDI: 46,3%

  • Caixa: 1,2%

  • Cotas de outros FIIs: 0,1%

O fundo mantém perfil “raiz” de FII de papel, concentrando investimentos em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) com indexadores atrelados à inflação e aos juros.

Setores dos devedores

A carteira apresenta forte pulverização, com maior exposição aos segmentos de escritórios, residencial pulverizado, logística e shoppings, considerados de risco moderado.

Nova operação em julho

O KNSC11 incorporou um CRI da construtora MRV, no valor de R$ 4,7 milhões, atrelado ao CDI com taxa média de 4,80% ao ano, reforçando a diversificação e ampliando a fatia de ativos ligados ao índice.

Resultado financeiro de julho

IndicadorValor
Receita totalR$ 23,0 milhões
Resultado com CRIsR$ 22,6 milhões
Receita de caixaR$ 0,3 milhão
DespesasR$ 2,1 milhões
Resultado líquidoR$ 20,8 milhões
Distribuição aos cotistasR$ 20,2 milhões
Reserva acumuladaR$ 0,09/cota

Diversificação e controle de risco

O maior devedor individual do portfólio representa 3,5% da carteira, reforçando o baixo risco de concentração. No caso dos CRIs atrelados ao CDI, a maior exposição é de 6,7%, considerada aceitável para o perfil de risco do fundo.

Com preço abaixo do valor patrimonial, portfólio diversificado e dividend yield acima de dois dígitos, o KNSC11 mantém-se atrativo para investidores que buscam renda mensal. A reserva acumulada cria margem para manter ou até elevar os rendimentos no curto prazo, caso a gestão opte por maior estabilidade nas distribuições.

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Suzana Melo é economista formada pela PUC-SP e especialista em Finanças e Gestão Pública pela FGV. No O Petróleo, cobre temas como investimentos, petróleo e gás, macroeconomia e tributação sobre ativos financeiros. Suas análises unem rigor técnico e clareza, ajudando o leitor a compreender tendências e a tomar decisões seguras no mercado nacional e internacional.