Donald Trump e Vladimir Putin se encontram hoje, às 16h30 (horário de Brasília), em Anchorage, no Alasca, para a primeira reunião presencial desde que Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos. A cúpula, marcada em caráter estratégico, foi solicitada pelo Kremlin e ocorre em um cenário de tensão global, com a guerra na Ucrânia prestes a completar quatro anos.

A escolha do Alasca carrega simbolismo e praticidade: território que já pertenceu à Rússia, é a região norte-americana mais próxima ao extremo leste russo, facilitando a logística e reforçando a segurança do encontro.

Prioridade: cessar-fogo na Ucrânia

O principal objetivo declarado por Trump é avançar para um cessar-fogo que abra caminho para negociações de paz. O presidente norte-americano afirmou que, se a reunião for bem-sucedida, pretende propor uma nova rodada de conversas, desta vez incluindo o presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Trump deixou claro que espera um gesto concreto de Putin, indicando disposição para encerrar as hostilidades. Caso haja progresso, um roteiro técnico para a interrupção dos combates poderá ser delineado já nos próximos encontros.

O que a Rússia busca

Do lado russo, a agenda vai além da guerra. Moscou sinaliza interesse em negociar um novo acordo de controle de armas nucleares, ampliar a cooperação econômica e tecnológica e explorar oportunidades na área espacial. Para o governo russo, este é um momento-chave para redefinir as relações bilaterais e reduzir tensões acumuladas.

Pontos de divergência

  1. Território e segurança – A Ucrânia insiste em garantias robustas de segurança e rejeita concessões territoriais, enquanto a Rússia avalia congelar a linha de frente em troca de limites à expansão da Otan e flexibilização de sanções.

  2. Sanções econômicas – Trump pressiona por avanços no processo de paz, sob ameaça de sanções adicionais, enquanto Putin tenta conquistar algum alívio nas restrições.

  3. Armas nucleares – Um possível novo acordo de controle nuclear surge como oportunidade para reduzir riscos estratégicos e abrir espaço para cooperação.

O roteiro do dia

A agenda prevê declarações iniciais, reunião privada entre os líderes e encontros com as delegações. A depender do andamento, poderá haver uma coletiva de imprensa conjunta ou comunicados separados. Analistas indicam que, mesmo sem resultados imediatos, o simples fato de o encontro ocorrer já representa um avanço no diálogo.

Caso haja convergência mínima, Trump buscará manter as conversas e incluir Zelensky em uma próxima reunião. Sem consenso, a tendência é de manutenção das posições atuais, com continuidade da pressão econômica dos Estados Unidos e aliados sobre Moscou.

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Suzana Melo é economista formada pela PUC-SP e especialista em Finanças e Gestão Pública pela FGV. No O Petróleo, cobre temas como investimentos, petróleo e gás, macroeconomia e tributação sobre ativos financeiros. Suas análises unem rigor técnico e clareza, ajudando o leitor a compreender tendências e a tomar decisões seguras no mercado nacional e internacional.