Em um relatório recentemente divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE), prevê-se que a transição global para energias renováveis e o aumento do consumo de eletricidade poderão contribuir para uma era de preços de energia mais acessíveis. Segundo o relatório, a demanda global por combustíveis fósseis deverá cessar seu crescimento nesta década, ao passo que a oferta de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) continuará a expandir.
O diretor executivo da AIE, Fatih Birol, destacou em uma entrevista que, salvo grandes conflitos geopolíticos, o mercado de energia entrará em uma fase de pressões descendentes significativas sobre os preços. Essa previsão contrasta com a escalada dos custos energéticos observada após 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia gerou uma inflação energética severa. Desde então, os preços do petróleo bruto já apresentaram uma queda de 20% em relação ao pico deste ano, situando-se abaixo de US$ 75 o barril.
O consumo de eletricidade tem crescido rapidamente, impulsionado principalmente pela China, e espera-se que sua expansão seja seis vezes mais rápida nos próximos dez anos. Os veículos elétricos, por sua vez, deverão representar 50% das vendas de novos carros globalmente até 2030, indicando um aumento substancial em relação aos atuais 20%.
Birol mencionou que, historicamente, o mundo passou pela Era do Carvão e pela Era do Petróleo, e agora está se encaminhando aceleradamente para a Era da Eletricidade. Ele também reiterou que a demanda por petróleo e gás provavelmente alcançará um platô nesta década, enquanto a produção de petróleo cresce em países como EUA, Brasil, Canadá e Guiana. Adicionalmente, prevê-se uma grande adição de capacidade de GNL até 2030, o que poderia saturar ainda mais o mercado.
Apesar das previsões otimistas da AIE, o setor de energia permanece dividido. Grandes petrolíferas têm retornado aos seus negócios tradicionais, com a BP Plc supostamente abandonando metas de corte na produção de petróleo e gás até 2030. Por outro lado, o Goldman Sachs Group Inc. prevê um aumento na demanda por petróleo até 2034.
As emissões globais de dióxido de carbono estão prestes a atingir seu pico, de acordo com a agência, mas o mundo ainda está longe de cumprir as metas ambientais internacionais estabelecidas pelo Acordo de Paris. As condições climáticas extremas deste ano, incluindo ondas de calor, inundações e incêndios florestais, reforçam a urgência de ação climática.
Essa análise da AIE serve como um lembrete de que, enquanto oportunidades significativas emergem com a transição energética, desafios consideráveis permanecem no horizonte.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário