O mundo está se preparando para uma nova era energética, marcada pela transição para uma matriz elétrica mais limpa e sustentável. Segundo um relatório recente da Agência Internacional de Energia (IEA), apresentado na quarta-feira (16), o aumento na produção de baterias e painéis solares promete uma oferta abundante de eletricidade na segunda metade da década. Contudo, a realidade ainda apresenta um desafio significativo: a continuidade do uso excessivo de combustíveis fósseis, que agrava a crise climática.

Fatih Birol, diretor-executivo da IEA, destacou que estamos “avançando rapidamente para a Era da Eletricidade”, prevendo que a matriz energética global se baseará cada vez mais em fontes limpas. No entanto, o relatório alerta que a redução das emissões de gases do efeito estufa está lenta demais para que o mundo alcance o objetivo do Acordo de Paris, que estabelece um limite de aquecimento global de 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Sem mudanças significativas, as emissões podem levar a um aumento de até 2,4 graus Celsius.

A China, como o maior emissor global, tem um papel crucial nesse cenário. Responsável por grande parte do crescimento da demanda por petróleo nos últimos anos, o país também se destaca como líder na fabricação de painéis solares e baterias. Atualmente, veículos elétricos representam 40% das vendas de carros novos na China, e estima-se que esse número suba para 70% até 2030. Entretanto, as emissões na China podem atingir seu pico em 2025, conforme afirmado por Bill Hare, CEO da Climate Analytics, embora muitos especialistas sugiram que esse pico pode já ter sido alcançado em 2023.

Além disso, o relatório da IEA prevê que, até 2030, a crescente adoção de veículos elétricos pode substituir a demanda de até 6 milhões de barris de petróleo por dia. Esse movimento, embora promissor, deve ser acompanhado por um aumento no consumo de energia, incluindo a queima de carvão, resultando em um crescimento das emissões de gases do efeito estufa.

A demanda global por eletricidade, impulsionada por setores como indústria leve, mobilidade elétrica e tecnologia, está crescendo rapidamente, exigindo um esforço conjunto para equilibrar o crescimento da energia limpa com a redução de emissões.

Paradoxalmente, enquanto a China se afasta dos combustíveis fósseis, a Índia deve ver um aumento considerável na demanda por petróleo, com estimativas de um acréscimo de quase 2 milhões de barris por dia até 2035. Este crescimento representa uma oportunidade para os produtores de petróleo que enfrentam a diminuição da demanda em outras partes do mundo.

Embora o crescimento da demanda por veículos elétricos seja significativo, ele não será suficiente para compensar o aumento no uso de veículos movidos a combustíveis fósseis, que deve continuar a crescer antes de eventualmente se estabilizar e diminuir.

A transição para uma matriz energética mais limpa é essencial, mas os desafios permanecem. As nações precisam adotar políticas mais agressivas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e acelerar a adoção de tecnologias renováveis, garantindo um futuro sustentável para as próximas gerações.

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Nathália Santos é especialista em jardinagem e decoração sustentável. Com foco no cuidado com plantas e ervas, oferece dicas para transformar espaços em refúgios verdes.