A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou que o mundo está caminhando para um cenário de energia mais barata, à medida que a demanda por combustíveis fósseis atinge seu pico nesta década e a eletricidade assume um papel de destaque. De acordo com o relatório anual da agência, a procura por petróleo e gás natural liquefeito (GNL) começará a desacelerar, enquanto o consumo de eletricidade, especialmente na China, deverá crescer rapidamente nos próximos anos.
Segundo o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, o mundo entrará em um novo contexto de mercado de energia a partir da segunda metade desta década, onde os preços de petróleo e gás sofrerão quedas significativas, desde que não ocorram grandes conflitos geopolíticos. Esse novo cenário marca uma mudança em relação ao início da década, quando os preços da energia dispararam em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, gerando uma alta inflacionária global.
Era da Eletricidade e Expansão dos Veículos Elétricos
A AIE ressalta que o uso de eletricidade já cresce a um ritmo acelerado e deve superar a demanda por outras fontes de energia. A agência prevê que até 2030, os veículos elétricos representem 50% das vendas de carros novos, comparado aos 20% atuais. Esse avanço sinaliza o fim da “Era do Petróleo”, dando lugar à “Era da Eletricidade”, como destacou Birol.
Além disso, a agência prevê um aumento significativo na capacidade de produção de gás natural liquefeito (GNL), com uma “enorme adição” de aproximadamente 270 bilhões de metros cúbicos de nova capacidade até 2030. Entretanto, mesmo com essa expansão, a produção de petróleo e gás nos EUA, Brasil, Canadá e Guiana continua a subir, embora o mercado de combustíveis fósseis esteja enfrentando um cenário de menor demanda no longo prazo.
Desafios para as Metas Climáticas
Apesar do progresso em fontes de energia de baixa emissão e da expectativa de que as emissões de dióxido de carbono cheguem ao pico em breve, o relatório da AIE alerta que o mundo ainda não está no caminho certo para cumprir as metas climáticas internacionais. As temperaturas globais podem subir 2,4°C até o fim do século, bem acima do limite de 1,5°C previsto pelo Acordo de Paris, caso ações mais rígidas não sejam implementadas.
Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e incêndios florestais, já causaram impactos devastadores em várias regiões em 2024, demonstrando a urgência de acelerar a transição para energias limpas e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Essa previsão da AIE sobre a diminuição da demanda por petróleo e a ascensão da eletricidade pode moldar os mercados globais de energia nas próximas décadas, com impactos significativos sobre os preços e o equilíbrio geopolítico.
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