As importações de gás natural pelo Brasil neste ano já superaram o volume registrado em todo o ano de 2023, de acordo com dados do governo federal. Até o momento, o país importou 5,4 bilhões de kg líquidos de gás (liquefeito ou não), um aumento significativo em comparação com os 5 bilhões de kg líquidos importados em 2023. O valor total das importações também subiu, passando de US$ 1,65 bilhão FOB (free on board) no ano passado para US$ 2,64 bilhões em 2024.
O principal fornecedor de gás natural ao Brasil continua sendo a Bolívia, responsável por 3 bilhões de kg líquidos em 2024. No entanto, esse número representa uma queda em relação aos 4,4 bilhões de kg líquidos importados em 2023, refletindo uma diminuição no fornecimento por meio do gasoduto Gasbol, que conecta os dois países.
Os Estados Unidos, por sua vez, se destacam como o segundo maior fornecedor de gás natural ao Brasil, com 1,8 bilhões de kg líquidos enviados até agora em 2024. Esse número é quase quatro vezes maior do que os 474 milhões de kg líquidos fornecidos pelos EUA no ano anterior. A flexibilidade dos EUA, que exporta principalmente gás natural liquefeito (GNL), permite uma resposta mais rápida às variações na demanda brasileira.
O aumento das importações de gás pelo Brasil é impulsionado por uma grave seca que afeta o país. Com a escassez de água nos reservatórios, a Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem reduzido a geração de energia hidrelétrica e aumentado a produção de eletricidade a partir de usinas termelétricas, o que eleva a necessidade de gás natural.
O Brasil possui uma capacidade de regaseificação de GNL de aproximadamente 125Mm³/dia, com terminais localizados nos estados do Pará, Sergipe, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Contudo, problemas na tubulação do terminal de Sergipe, que ocorreram em 7 de outubro, interromperam as operações locais, afetando o abastecimento da termelétrica do Porto de Sergipe.
A situação reforça a dependência brasileira do gás natural importado, em especial em momentos de crise hídrica, evidenciando a importância de fornecedores como Bolívia e Estados Unidos no cenário energético do país.
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