A China está prestes a assumir uma posição de liderança no cenário global de energias renováveis, com a previsão de que o país seja responsável por quase 60% de toda a capacidade de energia verde instalada no mundo até 2030. A informação vem da Agência Internacional de Energia (AIE), que destaca o papel crucial da China no boom da energia solar e seu impacto no avanço das energias limpas globalmente.
O relatório da AIE revela que o ritmo de implementação de projetos de energia renovável nos próximos seis anos será três vezes mais rápido que o registrado no período anterior. Além da China, a Índia também tem se destacado no setor, contribuindo significativamente para esse crescimento.
Fatih Birol, diretor executivo da AIE, afirmou: “Se há duas palavras para resumir essa tendência, elas seriam: China e energia solar.” Ele destacou que o país deve alcançar mais da metade da capacidade global de energias renováveis até o final da década, com grande parte desse avanço sendo impulsionado pela rápida expansão da energia solar.
Apesar do crescimento recente das usinas a carvão na China, com 100 gigawatts (GW) de novas licenças emitidas entre 2022 e 2023, o avanço da energia solar tem desacelerado o ritmo de expansão do carvão. No primeiro semestre de 2024, foram licenciados apenas 9,1 GW de novos projetos a carvão, segundo o Global Energy Monitor.
O crescimento das energias renováveis tem sido impulsionado pela redução dos custos de instalação e pelo apoio governamental, o que permite que empresas e residências invistam em tecnologias como painéis solares para diminuir os gastos com eletricidade. A energia eólica, especialmente offshore, também mostra sinais de recuperação, após um período de dificuldades causado pelo aumento dos custos de produção.
A AIE estima que a capacidade global de energia renovável poderá exceder em 25% as metas estabelecidas pelos governos até 2030, embora ainda esteja abaixo do compromisso de triplicar essa capacidade, feito em negociações climáticas da ONU em 2023.
Birol ainda ressaltou que a meta de triplicar a capacidade renovável é “inteiramente possível”, desde que os governos foquem em três medidas principais: melhorar a infraestrutura de redes elétricas, acelerar processos de licenciamento e aumentar o apoio financeiro às economias emergentes.
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