Em um cenário marcado por juros elevados e investidores mais conservadores, os fundos imobiliários continuam oferecendo oportunidades atrativas — especialmente para quem foca no longo prazo. Entre os destaques do mercado estão o XPML11, do setor de shoppings, e o BTLG11, voltado à logística. Mas afinal, qual dos dois merece lugar na sua carteira?
Neste comparativo detalhado, analisamos os principais fundamentos desses dois gigantes do mercado imobiliário listados na B3, com base em critérios objetivos como setor, gestão, patrimônio, dividendos, vacância, liquidez e outros indicadores que compõem o chamado “Padrão Prósperos”.
Setor: Shopping vs. Logística
XPML11 atua no setor de shoppings, um modelo de negócio que oferece múltiplas fontes de receita, como aluguéis, estacionamento e publicidade. Além disso, o comportamento do consumidor brasileiro — que valoriza segurança e conveniência — fortalece o segmento.
BTLG11 investe em galpões logísticos de alto padrão, utilizados por empresas como Amazon, Mercado Livre e atacarejos. O setor tem se beneficiado da expansão do e-commerce e da busca por eficiência logística.
Ambos os setores são considerados sólidos e rentáveis, aprovados no modelo de análise fundamentalista.
Gestão: confiança nos bastidores
O XPML11 é gerido pela XP Asset, uma das maiores e mais respeitadas gestoras do país.
O BTLG11 está sob responsabilidade do BTG Pactual, banco de investimento com histórico consistente no mercado.
Ambos contam com gestoras robustas, com capacidade técnica e credibilidade.
Patrimônio líquido: escala importa
XPML11: R$ 6,66 bilhões
BTLG11: R$ 4,66 bilhões
Conclusão: Os dois passam com folga do critério mínimo de R$ 1 bilhão de patrimônio, mas o XPML11 se destaca por sua escala.
Preço sobre valor patrimonial (P/VP)
Ambos os fundos apresentam P/VP abaixo de 1, o que indica que estão sendo negociados com desconto.
No momento da análise, o XPML11 estava ainda mais barato nesse indicador.
Dividendos: renda mensal acima da média
XPML11: Dividend yield de 8,35% ao ano
BTLG11: Dividend yield de 9,40% ao ano
Ambos superam o benchmark mínimo de 6% ao ano, valor equivalente ao rendimento de um imóvel físico típico. Embora o BTLG11 pague um pouco mais, o alerta do analista é claro: dividendo não é tudo — é preciso olhar o conjunto dos fundamentos.
Vacância: quanto menos, melhor
XPML11: 4,5%
BTLG11: 1,9%
O BTLG11 leva vantagem nesse critério, mostrando que tem mais imóveis gerando receita ativa.
Diversificação e segurança
XPML11: 19 shoppings em 5 estados
BTLG11: imóveis logísticos em 7 estados
Ambos os fundos são multi-imóveis, multi-inquilinos e multi-regiões, o que mitiga riscos e fortalece a resiliência operacional.
Número de cotistas e liquidez
XPML11: mais de 592 mil investidores e liquidez diária de R$ 11 milhões
BTLG11: cerca de 385 mil investidores e liquidez de R$ 7 milhões
Essa forte liquidez permite comprar e vender cotas com facilidade, evitando os problemas típicos de um imóvel físico, como falta de compradores.
Histórico e solidez
XPML11: criado em 2017, com distribuição de dividendos ininterrupta
BTLG11: fundado em 2011, também com pagamentos mensais regulares
A longevidade dos fundos e o histórico de consistência nas distribuições reforçam a segurança do investimento.
Qual escolher?
Tanto o XPML11 quanto o BTLG11 atendem plenamente ao modelo de avaliação fundamentalista adotado pelo analista Alberto Pompeu, o chamado “Padrão Prósperos”. Ambos possuem:
Setores sólidos
Gestão qualificada
P/VP atrativo
Boa distribuição de dividendos
Baixa vacância
Liquidez elevada
Diversificação geográfica
Se o objetivo for escolher apenas um, o XPML11 se sobressai pelo maior patrimônio, menor preço em relação ao VP e maior liquidez.
Mas a recomendação final é clara: não precisa escolher só um. Com cotas a partir de R$ 100, é possível investir nos dois e diversificar ainda mais sua carteira.
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