quinta-feira, 21 novembro / 2024

A busca por alternativas energéticas tem colocado em foco a exploração do xisto e das reservas de petróleo do pré-sal, recursos que despertam tanto interesse econômico quanto preocupações ambientais e sociais. O xisto, uma rocha sedimentar, é processado por destilação fracionada para produzir combustíveis como a gasolina. No entanto, essa prática é criticada por seus altos custos ambientais e econômicos, dada a quantidade significativa de resíduos lançados no solo e na atmosfera.

Recentemente, o governo dos Estados Unidos intensificou a produção de gás de xisto, substituindo outros recursos não renováveis. Apesar da promessa de menor dependência do petróleo, essa alternativa também foi alvo de críticas pelo movimento ambientalista, que aponta para a substituição de um combustível poluente por outro igualmente problemático.

No Brasil, a região do pré-sal, descoberta em 2007 pela Petrobras, estende-se por cerca de 800 km ao longo da costa, abrangendo os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As reservas estão localizadas a mais de mil metros abaixo do nível do mar, sob uma camada de sal, onde se acumulou grande quantidade de matéria orgânica que se transformou em petróleo.

A exploração do pré-sal representa um importante vetor econômico, mas também traz desafios significativos. A questão ambiental é um dos principais pontos de debate, visto que a exploração intensiva aumenta a dependência do país em fontes de energia não renováveis. Além disso, os desafios técnicos para extrair petróleo de áreas profundas aumentam os riscos de vazamentos.

A dimensão política da exploração do pré-sal também é relevante, especialmente no que diz respeito à distribuição dos royalties do petróleo. Uma mudança legislativa proposta pelo governo federal em 2012 resultou em 75% dos royalties destinados à educação e 25% para a saúde. No entanto, há uma controvérsia sobre a distribuição desses recursos entre estados produtores e não produtores de petróleo. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo defendem uma maior parcela dos royalties, argumentando que a exploração petroleira traz não apenas receitas, mas também problemas sociais e ambientais, como urbanização desordenada e aumento das doenças respiratórias devido à poluição industrial.

Deixe o Seu Comentário

Quer saber tudo
o que está acontecendo?

Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.

ENTRAR NO GRUPO

Compartilhar.

Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.