O VINO11, um fundo imobiliário focado na geração de renda, divulgou recentemente seu relatório gerencial referente ao mês de junho de 2025. O fundo tem enfrentado desafios, incluindo uma desvalorização significativa nos últimos 12 meses e expectativas limitadas para o segundo semestre do ano. Apesar disso, o fundo continua atraindo investidores, com mais de 147.000 cotistas. Vamos explorar os principais pontos apresentados no relatório e como o VINO11 se posiciona no cenário atual.

Desempenho do VINO11 em junho de 2025

De acordo com o relatório gerencial, o VINO11 gerou um resultado total de R$ 4,80 por cota em junho, valor abaixo dos R$ 5,00 previstos. O fundo anunciou a distribuição de rendimentos no valor de R$ 8,50 por cota, um aumento significativo se comparado com o valor recorrente de R$ 0,05 por cota. Esse valor foi impulsionado pela captação da segunda parcela da venda de 49% do ativo BN 336, recebida em abril, que gerou um dividendo anualizado de 20%.

Indicadores financeiros de junho de 2025:

  • Resultado total: R$ 4,80 por cota

  • Distribuição de rendimentos: R$ 8,50 por cota

  • Fonte do rendimento: Venda de 49% do ativo BN 336

  • Dividendos anuais: 20%

Tabela 1: rentabilidade e P/L do VINO11 em junho de 2025

IndicadorValor
Preço atual da cotaR$ 5,10
Preço justo da cotaR$ 10,27
P/VP0,50
Rentabilidade anualizada12,47%
Rentabilidade mensal1%

Nos últimos 12 meses, o VINO11 sofreu uma desvalorização de quase 15%, caindo de R$ 6,78 para os atuais R$ 5,10. Em uma análise de longo prazo, o fundo já chegou a ser negociado por valores superiores a R$ 12,00 por cota. A queda acentuada no preço reflete a dificuldade do fundo em gerar valorização consistente, além de desafios relacionados à vacância dos imóveis e à renovação de contratos de locação.

Análise de desempenho nos últimos 5 anos:

  • Máxima histórica: R$ 12,00

  • Desvalorização recente: -15% (últimos 12 meses)

Expectativas para o segundo semestre de 2025

O VINO11 prevê que os rendimentos no segundo semestre de 2025 ficarão entre R$ 0,045 e R$ 0,055 por cota. A gestão continua focada na renovação de contratos de locação e no aumento da taxa de ocupação. No entanto, o fundo ainda enfrenta desafios, especialmente com vencimentos de contratos importantes no final de 2025. Caso esses contratos não sejam renovados, a vacância poderá aumentar, impactando diretamente nos rendimentos distribuídos aos cotistas.

Expectativas de rendimento:

  • Valor mínimo esperado: R$ 0,045 por cota

  • Valor máximo esperado: R$ 0,055 por cota

  • Taxa de ocupação atual: 92%

Análise Financeira Detalhada

O fundo apresenta uma receita de R$ 7,7 milhões oriunda dos aluguéis, além de R$ 255.000 em receitas financeiras. No entanto, as despesas financeiras com juros de CRIs e taxas administrativas somam mais de R$ 4 milhões. As despesas operacionais elevadas comprometem uma boa parte da receita gerada, resultando em um valor líquido de R$ 3,9 milhões. Apesar disso, o fundo mantém R$ 14,8 milhões disponíveis para distribuir aos cotistas, o que permite continuar pagando os rendimentos de R$ 0,05 por cota.

Demonstrativo financeiro de junho de 2025:

DescriçãoValor (R$)
Receita de aluguéis7.714.000
Receita financeira255.000
Despesas financeiras3.364.000
Taxa de administração425.000
Outras despesas184.000
Resultado líquido3.995.000

Apesar da gestão tentar minimizar os impactos da vacância com novos contratos e a renovação dos contratos existentes, o VINO11 enfrenta desafios significativos. A grande dívida do fundo, que atualmente supera R$ 466 milhões, pode se tornar um obstáculo no futuro. Aproximadamente 78% dessa dívida está concentrada em um único imóvel, o ativo BM 336, e as amortizações elevadas podem impactar a capacidade do fundo de honrar seus compromissos no futuro.

Dívida do fundo e cronograma de amortizações:

DescriçãoValor (R$)
Dívida total466 milhões
Dívida do ativo BM 336361 milhões
Caixa disponível44 milhões

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.