Venezuela e o Sul Global redefinem o mercado energético mundial

Durante a Semana da Energia em Moscou, um fórum global que ocorreu entre os dias 26 e 28 de setembro, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, discutiu a crescente influência do Sul Global na demanda mundial de energia. Em seu discurso, Rodríguez ressaltou a posição crítica da Venezuela e de outras nações do Sul Global, como Índia, China e países africanos, que devem liderar o consumo energético nas próximas décadas, desafiando a hegemonia ocidental.

Rodríguez apontou que as sanções econômicas impostas pelo Ocidente não apenas visam desestabilizar governos, mas também perturbar o equilíbrio do mercado energético global. Segundo ela, cerca de 26% da produção mundial de petróleo é afetada por essas sanções, que considerou ilegais e violadoras das leis internacionais.

O discurso da vice-presidente também destacou o papel dos BRICS no fortalecimento econômico e na resistência a essas medidas unilaterais. O bloco, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, busca novos mecanismos de comércio e influencia significativamente o crescimento econômico global.

Rodríguez enfatizou a resiliência da Venezuela e da Rússia em realocar seus recursos energéticos para a Ásia, desviando-se das tentativas ocidentais de isolamento. A Venezuela, detentora de 19% das reservas mundiais de petróleo, continua a ser um jogador chave na economia global, promovendo também a transição para energias mais limpas, como o gás.

A líder venezuelana declarou que a segurança energética e as vastas reservas de gás do país são essenciais não só para o futuro energético da Venezuela, mas também para o sistema energético internacional. Rodríguez mencionou novas práticas comerciais, como a venda de petróleo em moedas nacionais, exemplificando com o petróleo russo agora sendo parcialmente transacionado em rublos e o venezuelano em bolívares, desafiando o sistema financeiro dominante.