O mercado revisa suas apostas para duas blue chips brasileiras: a mineradora Vale (VALE3), que sente a combinação de minério de ferro em baixa e expectativa de proventos mais magros, e a elétrica Auren Energia (AURE3), que ganhou tração na Bolsa após reduzir em cerca de R$ 1 bilhão seu endividamento.

Vale: dividendos menores à vista

  • Cotação: A ação fechou a R$ 52,77 em 4 de junho, acumulando queda anual de ~4%

  • Minério de ferro: o contrato de referência recua para a faixa de US$ 96-97/t, refletindo demanda chinesa mais fraca.

  • Projeção de proventos: o consenso de mercado aponta dividendos de R$ 3,87 em 2025, abaixo dos ~R$ 5 pagos em 2024. Descontados os R$ 2,14 já distribuídos em março, sobrariam apenas R$ 1,73 para o anúncio previsto entre agosto e setembro.

  • Tese de risco: dependência do ciclo global, sobretudo da China, pressiona margens e mantém o papel perto do suporte de R$ 50.

Auren Energia: dívida menor e potencial de alta

  • Cotação: A ação voltou à casa dos R$ 10,08 em 4 de junho, após sair dos R$ 7,34 registrados em abril.

  • Redução de alavancagem: a elétrica antecipou amortização de ≈ R$ 1 bi, sinalizando disciplina financeira.

  • Dividendos projetados: analistas estimam R$ 0,39 por ação entre o fim de 2025 e o início de 2026.

  • Recomendação do BTG Pactual: compra com preço-alvo de R$ 13,50, implicando potencial de alta superior a 30%.

  • Catalisadores: carteira de contratos de longo prazo, expansão em geração renovável e possível avanço no mercado livre de energia.

O que acompanhar daqui para frente

  1. Minério de ferro: se o preço sustentar níveis abaixo de US$ 100/t, a Vale pode rever guidance de produção ou CAPEX.

  2. Política de proventos: confirmação do payout reduzido em setembro deve balizar a atratividade de VALE3 para investidores de renda.

  3. Endividamento da Auren: nova rodada de pré-pagamentos pode elevar a nota de crédito e abrir espaço para dividendos maiores.

  4. Cenário macro: corte de juros e câmbio estável favorecem utilities sobre metais; qualquer retomada chinesa pode reverter essa dinâmica.

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Eliomar Menezes é economista formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização em Planejamento Econômico e Finanças Corporativas. Com mais de 15 anos de experiência no setor financeiro, atua como analista econômico e consultor em estratégias de mercado. Sua expertise inclui macroeconomia, análise de investimentos e projeções de mercado. No O Petróleo, Eliomar oferece análises aprofundadas e orientações práticas sobre as tendências econômicas, fortalecendo a base de conhecimento dos leitores.