O estado do Rio de Janeiro enfrenta mais uma crise em suas finanças públicas. A queda no preço internacional do petróleo Brent, abaixo dos US$ 70 em 2025, ameaça uma das principais fontes de arrecadação do estado: os royalties e participações especiais do setor de óleo e gás. Segundo estimativas oficiais, a perda já soma R$ 6 bilhões, valor que agrava ainda mais um orçamento fragilizado e um déficit que ultrapassa a casa dos R$ 10 bilhões.

A dependência do Rio em relação ao petróleo

O Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo e gás natural do Brasil. Por isso, seus cofres estão diretamente ligados às variações do mercado internacional. Sempre que o preço do barril cai, a receita oriunda de royalties e participações especiais encolhe.

Esses recursos financiam áreas estratégicas do estado, como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Sem eles, o governo precisa recorrer a cortes de despesas, novos tributos ou medidas de refinanciamento fiscal.

As causas da queda do barril Brent

A cotação do barril Brent caiu fortemente em 2025 por diferentes razões:

  • Pressão geopolítica: tensões comerciais e barreiras tarifárias dos Estados Unidos impactaram o setor.

  • Economia global em desaceleração: previsões de crescimento mais modesto reduziram a demanda por petróleo.

  • Oferta elevada: países produtores mantiveram níveis altos de produção, mesmo com estoques já cheios.

Esse cenário internacional resultou em uma queda brusca de preços, afetando diretamente as receitas fluminenses.

Impacto fiscal: um rombo de bilhões

De acordo com o governo estadual, a perda já alcança R$ 6 bilhões em 2025. Para um estado que convive com dificuldades fiscais desde 2017, quando entrou em regime de recuperação junto ao governo federal, o baque é enorme.

Além disso:

  • A dívida do Rio com a União está em torno de R$ 200 bilhões, considerada praticamente impagável.

  • O déficit orçamentário previsto para este ano é de mais de R$ 10 bilhões.

  • A dependência do petróleo limita a diversificação de receitas.

As medidas emergenciais do governo

Diante da crise, o Palácio Guanabara apresentou um pacote econômico e financeiro à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). As principais medidas incluem:

Programa de refinanciamento fiscal (Refis)

Permite que empresas e contribuintes renegociem dívidas com o estado, parcelando valores atrasados e garantindo uma arrecadação imediata.

Venda de ativos e imóveis

O governo espera levantar bilhões com a alienação de bens públicos considerados não essenciais.

Cortes de gastos

Segundo o secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, haverá cortes em áreas administrativas e despesas menos prioritárias, com a promessa de preservar investimentos em serviços essenciais.


Possíveis consequências para a população

A redução das receitas de petróleo pode ter reflexos diretos no cotidiano dos fluminenses:

  • Menos investimentos em infraestrutura urbana e transportes.

  • Atrasos ou cortes em programas sociais.

  • Pressão por aumento de impostos estaduais.

  • Dificuldades na manutenção de serviços básicos, como saúde e segurança.

O dilema estrutural: dependência do petróleo

A situação atual expõe uma fragilidade antiga: a excessiva dependência do Rio de Janeiro do setor de petróleo e gás. Apesar de ser um estado com potencial turístico, cultural e industrial, a concentração de receitas em uma única atividade econômica deixa a economia vulnerável a oscilações internacionais.

Especialistas defendem que o estado invista em diversificação econômica, estimulando setores como:

  • Turismo, especialmente no interior e na capital.

  • Indústria criativa e cultural.

  • Energias renováveis, como solar e eólica.

  • Serviços financeiros e tecnologia.

Perspectivas para os próximos meses

Se o preço do petróleo não se recuperar, o Rio de Janeiro pode ver seu quadro fiscal se agravar ainda mais. Economistas alertam que a recuperação dependerá de dois fatores:

  1. Cenário internacional: uma retomada no crescimento econômico global e maior demanda por energia.

  2. Gestão local: capacidade do governo estadual em implementar reformas, cortar gastos e atrair novos investimentos.

Enquanto isso, a população acompanha com apreensão, temendo os impactos que a crise pode trazer para empregos, serviços públicos e qualidade de vida.

A queda do preço do petróleo em 2025 é um golpe duro para o Rio de Janeiro, que mais uma vez enfrenta o fantasma da crise fiscal. O rombo de R$ 6 bilhões desafia o governo a adotar medidas emergenciais, mas também expõe a necessidade de um debate estrutural: até quando o estado permanecerá refém das oscilações do mercado internacional de petróleo?

A resposta a essa pergunta pode definir o futuro da economia fluminense e o bem-estar de milhões de cidadãos nos próximos anos.

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Autoridade: Notícias, Mercado Financeiro, Ações Jornalista e gestor editorial com mais de 10 anos de experiência em comunicação digital e cobertura econômica. Fundador do portal, lidera a linha editorial e valida pautas estratégicas relacionadas a juros, inflação, dólar, balanços e movimentações corporativas. 📩 [email protected]