Após o feriado de 19 de junho nos Estados Unidos e no Brasil, os principais índices mundiais iniciaram o dia em leve queda ou estabilidade. O clima de cautela tem origem em decisões políticas de peso, como a aprovação de uma nova regulamentação para criptomoedas nos EUA e, principalmente, os desdobramentos de conflitos no Oriente Médio.
Nos Estados Unidos, o Senado aprovou um marco regulatório que reforça o controle sobre criptomoedas. Esse movimento afeta diretamente empresas de tecnologia com exposição ao setor cripto. Além disso, investidores estão atentos à possibilidade de o governo americano se envolver militarmente no conflito entre Israel e Irã.
Conflito entre Israel e Irã pode movimentar o mercado de commodities
Segundo fontes do governo dos EUA, uma decisão sobre a entrada direta no conflito deve ser tomada nas próximas duas semanas. A justificativa gira em torno do programa nuclear iraniano, ponto central das tensões entre os países. Caso os EUA se envolvam diretamente, a expectativa é de forte valorização do petróleo — e queda no minério de ferro.
A razão? Embora o Irã não seja um dos maiores produtores globais de petróleo, uma escalada bélica na região pode atingir países vizinhos com grande peso na produção, como Arábia Saudita e Emirados Árabes. Por isso, mesmo com a queda recente de 2% no barril futuro do petróleo, a cotação se mantém elevada, na casa dos US$ 77.
Petrobras: ações sobem com cenário favorável ao petróleo
Nesse cenário, a Petrobras pode se beneficiar. Suas ações preferenciais (PETR4) estão cotadas entre R$ 32 e R$ 33, com potencial de alta até os R$ 36, caso a instabilidade internacional continue elevando o preço do petróleo. Para quem investiu na casa dos R$ 29, o momento pode ser de valorização interessante.
Além disso, a estatal aguarda dados de produção e vendas de petróleo do segundo trimestre, que devem ser divulgados em julho. Outro fator positivo é o desenvolvimento na Margem Equatorial, que pode abrir novas frentes de exploração e valorizar os papéis no longo prazo.
Minério de ferro pressiona Vale, CSN Mineração e Bradespar
Por outro lado, o minério de ferro vem sofrendo pressão. O último fechamento foi de US$ 97 por tonelada, reflexo das preocupações sobre a postura da China no cenário geopolítico. Isso porque a China, maior compradora mundial da commodity, tem relações mais próximas com o Irã — o que pode azedar suas relações com os EUA caso o conflito escale.
A Vale (VALE3) caiu fortemente, chegando a R$ 51 no dia 18 de junho, com suporte recente entre R$ 49 e R$ 50. A instabilidade nas relações entre China e EUA pode prejudicar a recuperação da mineradora, cuja performance depende fortemente do apetite chinês por ferro.
Bradespar segue Vale e aguarda desfecho de processo bilionário
A holding Bradespar (BRAP4), com forte participação na Vale, também sentiu os impactos e caiu no mesmo dia. Além do cenário macroeconômico, a empresa está envolvida em um processo judicial bilionário ainda sem decisão final, o que adiciona mais incertezas e limita qualquer reação positiva no curto prazo.
CSN Mineração: desafios externos e internos pesam
A CSN Mineração (CMIN3), exposta ao mesmo ambiente internacional da Vale, enfrenta ainda um desafio adicional: a situação financeira da controladora CSN. Com alto nível de endividamento, a CSN pode tomar decisões estratégicas como vender participação ou fechar o capital da subsidiária — especulações que aumentam a volatilidade dos papéis, atualmente na faixa de R$ 4,90 a R$ 5,00.
Perspectivas para os investidores
Diante da tensão geopolítica e da volatilidade das commodities, investidores precisam acompanhar de perto os próximos desdobramentos:
Se os EUA entrarem diretamente no conflito: é esperado que o petróleo dispare, beneficiando Petrobras e outras petrolíferas.
Se a China se posicionar de forma mais incisiva ao lado do Irã: o minério de ferro pode cair ainda mais, penalizando ações como Vale, Bradespar e CSN Mineração.
Empresas com exposição ao setor de tecnologia ou cripto também devem sentir os efeitos das novas regulações americanas.
A complexidade do cenário internacional exige atenção redobrada dos investidores. Enquanto o petróleo pode subir com o agravamento da guerra, impulsionando ações da Petrobras, o minério de ferro tende a recuar, afetando Vale, CSN e Bradespar.
Quem investe precisa analisar não apenas os fundamentos das empresas, mas também os desdobramentos geopolíticos que impactam diretamente as commodities. Afinal, em tempos de incerteza, informação de qualidade faz toda a diferença na tomada de decisão.
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