A Petrobras (PETR4) tem sido destacada por analistas como uma das ações mais atrativas do mercado brasileiro em junho de 2025. Segundo relatório publicado em 27 de junho por Felipe Miranda, sócio-fundador da Empiricus, a ação da estatal reúne três fatores fundamentais: preço descontado, alta geração de dividendos e função de proteção geopolítica diante das tensões no Oriente Médio.
Ação resiste a estresse e ainda entrega dividendos elevados
No relatório, Miranda destaca que a PETR4 está sendo negociada a múltiplos bastante atrativos. Segundo suas estimativas, a ação negocia a cerca de 4,6 vezes o lucro projetado para 2026 e 3 vezes o EBITDA, o que reforça sua condição de barganha no universo das ações líquidas e dolarizadas da B3.
Além disso, o dividend yield estimado é de aproximadamente 12% ao ano, isento de imposto de renda, um diferencial relevante frente a outros papéis do setor e ativos de renda fixa. Esse retorno elevado posiciona a Petrobras como uma alternativa interessante para investidores em busca de fluxo de caixa consistente.
Red geopolítico: petróleo e tensões internacionais favorecem a ação
Com o histórico recente de conflitos entre Israel e Irã, a Petrobras demonstrou comportamento defensivo típico de ativos vinculados a commodities como o petróleo. No cenário atual, com risco de novas escaladas no Oriente Médio, a ação pode funcionar como red geopolítico, oferecendo proteção às carteiras de investimento em caso de choques no mercado internacional de energia.
“A PETR4 pode servir como um amortecedor relevante se o barril voltar ao centro das atenções”, afirmou Miranda. O executivo lembra que, durante o pico da tensão em abril, o petróleo Brent ultrapassou US$ 90, impulsionando as ações da petroleira brasileira.
Exposição indireta ao dólar e possível benefício com mudança política
Outro argumento apresentado é o efeito de dolarização indireta da carteira por meio da Petrobras. Como exportadora, a estatal se beneficia da valorização do dólar, funcionando como proteção em um ambiente de incerteza fiscal e monetária no Brasil.
Além disso, Miranda destaca que uma eventual mudança no ciclo político em 2026, com possível alternância de governo, pode impulsionar ainda mais os ativos da Petrobras. O cenário político atual mostra crescente desaprovação do governo federal, o que pode favorecer uma reprecificação positiva da ação caso haja alteração na condução da política econômica.
Produção do FPSO Almirante Tamandaré reforça geração de caixa
A Petrobras segue ampliando sua capacidade operacional. Um dos destaques é o FPSO Almirante Tamandaré, instalado no pré-sal da Bacia de Santos, no campo de Búzios. Segundo dados da empresa, o navio-plataforma tem capacidade para produzir até 225 mil barris de óleo por dia, além de 12 milhões de metros cúbicos de gás natural.
A plena operação dessa unidade deve fortalecer o fluxo de caixa da estatal e abrir espaço para novos dividendos extraordinários, especialmente diante da necessidade do governo federal de recursos para cumprir metas fiscais em meio à desoneração do IOF.
Expectativa por dividendos ordinários e extraordinários em 2025
O mercado aguarda a divulgação dos dividendos ordinários relativos ao 2T25, e analistas não descartam novos dividendos extraordinários no segundo semestre, caso o lucro operacional e o fluxo de caixa livre se mantenham robustos.
Quer saber tudo
o que está acontecendo?
Receba todas as notícias do O Petróleo no seu WhatsApp.
Entre em nosso grupo e fique bem informado.
Deixe o Seu Comentário