Investidores atentos ao mercado acionário têm buscado entender se ações que estão abaixo do preço teto representam uma boa oportunidade de compra. Neste cenário, Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3) estão no centro das discussões, especialmente diante do cenário macroeconômico e das expectativas para dividendos em 2025.
Petrobras (PETR4): Alta do petróleo e dividendos no radar
Preço Teto e dividendos
A Petrobras vive um momento de forte atenção do mercado, influenciada diretamente pelo conflito no Oriente Médio, que pressiona o preço do petróleo para cima. A commodity, que estava na faixa de US$ 75, voltou a subir, com possibilidade de alcançar patamares ainda maiores caso o estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 30% do petróleo mundial, seja afetado.
Com base no fluxo de caixa livre reportado no primeiro trimestre de 2025 — cerca de R$ 26 bilhões —, aplicando o payout de 45%, a Petrobras pode distribuir aproximadamente R$ 11,7 bilhões em dividendos no trimestre. Se esse nível se mantiver, a projeção anual gira em torno de R$ 46 bilhões.
Isso representa um dividendo estimado de R$ 3,60 por ação em 2025, sem considerar possíveis dividendos extraordinários que estão sendo discutidos pelo governo para ajudar no equilíbrio das contas públicas.
Preço Teto estimado
Adotando um critério conservador, para um yield alvo de 10%, o preço teto da Petrobras se posiciona em torno de R$ 33 a R$ 34. Nesse patamar, o investidor estaria mirando um dividend yield seguro e adequado para uma empresa cíclica, considerando o atual cenário de juros elevados.
Riscos e pontos de atenção
Risco Geopolítico: A continuidade ou fim do conflito entre Irã e Israel impacta diretamente o petróleo.
Pressão Governamental: O governo estuda elevar dividendos das estatais, o que pode espremer o caixa da Petrobras.
Endividamento: Se os preços dos combustíveis não forem reajustados na mesma proporção da alta do petróleo, o endividamento pode voltar a crescer, reduzindo o espaço para dividendos no futuro.
Banco do Brasil (BBAS3): Estabilidade e dividendos elevados
Preço Teto atual
O Banco do Brasil segue com preço teto mantido em R$ 27, segundo critérios fundamentados no histórico de lucros, payout consistente e alta previsibilidade de resultados.
Expectativas de dividendos
A expectativa para 2025 segue robusta. O banco está no centro da estratégia do governo de arrecadar com dividendos, o que pode acelerar pagamentos extraordinários. Historicamente, o BB paga dividend yields entre 9% e 12%, e isso deve se manter, especialmente com a manutenção da Selic elevada, que favorece a rentabilidade do setor bancário.
Riscos e observações
Intervenção Governamental: Pressão por dividendos pode ser positiva no curto prazo, mas arrisca o reinvestimento dos lucros.
Risco Fiscal: Caso a situação fiscal do país se deteriore, o governo pode intensificar a captura dos lucros das estatais.
BB Seguridade (BBSE3): Queda gera oportunidade?
O que explica a queda?
Apesar dos fundamentos sólidos, BB Seguridade viu suas ações recuarem após resultados trimestrais abaixo das expectativas do mercado, embora ainda robustos. Fatores como Selic alta, impacto indireto de medidas fiscais (como IOF mais elevado) e dependência dos canais do Banco do Brasil contribuíram para o movimento de queda.
Preço Teto e Dividendos
Considerando o lucro por ação reportado de R$ 1,00 por trimestre, e assumindo um payout de 80%, o dividendo estimado anual é de R$ 3,20. Com a ação cotada por volta de R$ 36, isso representa um dividend yield conservador de 8,9%.
O mercado, porém, projeta dividendos ainda mais robustos, na faixa de R$ 4,00, o que elevaria o yield para 11% e ajustaria o preço teto para até R$ 38, considerando um retorno atrativo e acima da renda fixa.
Pontos de atenção
Risco Sistêmico: Eventuais impactos no Banco do Brasil refletem na operação da BB Seguridade.
Selic Alta: Encarece crédito, o que pode afetar a demanda por seguros e produtos financeiros vinculados.
Afinal, abaixo do Preço Teto é compra?
Nem sempre
Estar abaixo do preço teto não significa obrigatoriamente que é compra. É fundamental avaliar:
Se há espaço na carteira para aquele setor (petróleo, bancos ou seguros).
O percentual de exposição já existente.
O nível de risco que o investidor está disposto a assumir.
Por exemplo, setores cíclicos como petróleo, apesar de altos dividendos, demandam cautela na alocação, especialmente em contextos de guerra e alta volatilidade.
Estratégia sugerida
Petróleo: Até 5% da carteira, preferencialmente com diversificação (ex.: PETR4 + Brava Energia).
Bancos: Até 10% da carteira, aproveitando a robustez dos dividendos do BBAS3.
Seguros: Até 8%, dado o modelo de negócio resiliente da BBSE3, mesmo em cenários adversos.
A Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3) estão, sim, com preços atrativos frente ao preço teto estimado para 2025. No entanto, cada ativo carrega riscos específicos que devem ser considerados dentro de uma estratégia diversificada e bem alinhada ao perfil do investidor.
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