A oferta abundante e a recente desaceleração dos mercados globais de petróleo têm influência para baixos os preços do diesel no mercado spot brasileiro. Em 28 de outubro, analistas observaram uma combinação de fatores que inclui o aumento de estoques nacionais e uma queda sazonal na demanda interna, além de uma ocorrência dos vendedores à retração de preços internacionais.
Segundo o relatório da S&P Global Commodity Insights, a queda nos preços do diesel com teor ultrabaixo de enxofre (ULSD) nos contratos futuros da NYMEX e no mercado físico norte-americano encorajou os vendedores brasileiros a aceitarem propostas mais agressivas de compradores, especialmente nos portos do Sul e Sudeste. Em Paranaguá, uma carga de 2.000 metros cúbicos de ULSD foi negociada com um desconto de R$ 120 por metro cúbico em relação aos preços da Petrobras. Já no Porto de Santos, ofertas similares baratas descontos de até R$ 100/m³ sobre os valores de referência da refinaria de Paulínia, em São Paulo.
Uma fonte do setor importador relatou que a queda nos preços internacionais impulsionou a necessidade de maiores descontos para movimentar cargas, evidenciando a dificuldade em escoar volumes consideráveis no mercado interno. “Estamos tentando encontrar compradores que aceitem os descontos oferecidos, mas a demanda é bastante limitada”, comentou a fonte.
No entanto, apesar das concessões, a liquidez permanece restrita. Além do enfraquecimento sazonal da demanda, os altos estoques nos principais portos brasileiros e as expectativas de novos volumes de diesel importado a serem descarregados nas próximas semanas estão favorecendo uma postura cautelosa entre compradores.
Nas regiões Norte e Nordeste, a situação é bastante diferente. Com ofertas em média R$ 100/m³ acima dos preços das refinarias locais, vendedores em portos como Suape e Itaqui se mostram reticentes em ceder descontos, mas admitem a dificuldade de encontrar consumidores específicos. No último período, as negociações nesses locais incluíram prêmios de R$ 60 a R$ 70/m³ sobre os preços da Petrobras.
As flutuações nos contratos de petróleo bruto e diesel dos EUA refletem os efeitos geopolíticos recentes, como os ataques aéreos israelenses que pouparam a infraestrutura petrolífera essencial do Irã. O contrato NYMEX para WTI caiu para US$ 67,38 por barril, enquanto o Brent para dezembro ficou em US$ 71,42 por barril. Nos contratos futuros de ULSD, a queda foi de cerca de 10,9 centavos por galão, ampliando a pressão sobre as operações brasileiras que atrelam boa parte de seus preços ao índice ULSD da NYMEX.
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