O Banco Central do Brasil confirmou oficialmente o lançamento do Drex, a versão digital do real, para 2026. A notícia trouxe à tona dúvidas e polêmicas: será o fim do Pix? O governo poderá controlar o dinheiro da população? Como essa novidade vai impactar o sistema bancário e o dia a dia dos brasileiros?

🔹 O que é o Drex?

O Drex é a versão brasileira de uma CBDC (Central Bank Digital Currency), ou seja, uma moeda digital emitida e controlada pelo Banco Central. Diferente das criptomoedas, o Drex não é descentralizado. Ele terá emissão e registro sob responsabilidade exclusiva da autoridade monetária.

Segundo o BC, o projeto passou por várias alterações desde sua criação em 2020, quando era chamado de “Real Digital”. Agora, o Drex será voltado principalmente para o uso de atacado, ou seja, operações entre bancos e grandes instituições financeiras, funcionando de forma intermediada.

🔹 O Pix vai acabar?

Apesar das especulações, especialistas reforçam que o Drex não substituirá o Pix. O Pix segue como meio de pagamento instantâneo, gratuito e acessível. Já o Drex terá funções diferentes, voltadas para dar mais segurança às transações financeiras e às operações de crédito.

No entanto, a discussão sobre liberdade e controle preocupa. Isso porque em modelos mais avançados de CBDCs, como já ocorre em países como a China e a Nigéria, o governo pode ter um poder maior de fiscalização e restrições sobre como o cidadão gasta o próprio dinheiro.

🔹 Mudanças recentes no projeto

Inicialmente, o Drex usaria tecnologia de blockchain, assim como as criptomoedas, garantindo mais transparência e descentralização. Porém, o Banco Central anunciou que essa etapa será deixada de lado. Em vez disso, o Drex será utilizado como uma ferramenta de bastidores para dar mais segurança às operações de crédito e garantias, como no caso de bens usados em empréstimos.

🔹 Riscos e preocupações

Críticos apontam que, mesmo começando como uma ferramenta restrita ao setor financeiro, o Drex pode evoluir no futuro para uma CBDC de varejo, que permitiria ao governo rastrear e controlar os gastos da população. Nesse cenário, poderia haver bloqueios de contas, restrições de consumo e até congelamento de recursos.

Experiências internacionais levantam alerta:

  • Na Nigéria, a moeda digital “eNaira” foi rejeitada por grande parte da população por ser vista como um instrumento de controle.

  • Nas Bahamas, o governo precisou forçar bancos a distribuir a moeda digital “Sand Dollar” após baixa adesão.

🔹 Como se proteger?

Especialistas apontam três alternativas para manter parte da liberdade financeira diante das mudanças:

  1. Criptomoedas como o Bitcoin, que funcionam fora do controle do governo.

  2. Stablecoins atreladas ao dólar, como o USDT (Tether).

  3. Contas no exterior, que podem oferecer maior proteção em caso de mudanças mais rígidas no Brasil.

O Drex chega em 2026 prometendo modernizar o sistema financeiro e tornar as transações mais seguras, mas também levanta debates sobre privacidade, liberdade e o futuro do sistema bancário. O Pix, por enquanto, continuará ativo e independente do Drex, mas especialistas alertam: é preciso acompanhar de perto os próximos passos do Banco Central para entender se o projeto pode evoluir para algo mais controlador.

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Jornalista e especialista em petróleo, gás, energia e mercado financeiro, com mais de 10 anos de experiência em redações e portais de economia. Responsável pela linha editorial do O Petróleo e pela revisão de conteúdos estratégicos em finanças e investimentos.