Novo plano estratégico da Petrobras foca em expansão do Upstream de Petróleo e Gás

A Petrobras está reformulando sua estratégia de atuação, com ênfase nas operações de upstream de petróleo e gás em seu novo plano estratégico para 2025-2029. A medida, anunciada pelo CFO Fernando Melgarejo em entrevista à Reuters, tem como objetivo principal aumentar as reservas da companhia sem recorrer a grandes fusões ou aquisições, mantendo o equilíbrio financeiro da estatal brasileira.

Segundo Melgarejo, a nova abordagem representa uma mudança significativa em relação ao plano anterior, que previa investimentos em iniciativas de baixo carbono e aquisições. “Cada gota de óleo é importante para a empresa, desde que seja economicamente viável”, declarou o executivo. O foco, agora, está em otimizar a produção de petróleo e gás, sem comprometer a transição energética.

O novo plano busca solucionar uma questão delicada: a previsão de redução nas reservas da Petrobras a partir de 2030, o que tem gerado preocupação na alta cúpula da empresa. A estratégia, além de se concentrar no aumento das reservas, procura evitar o aumento da dívida e das necessidades de caixa, algo que a gestão anterior havia planejado com grandes aquisições e parcerias.

Melgarejo assumiu o cargo de CFO em junho de 2024, após uma série de mudanças na liderança da Petrobras, incluindo a nomeação de Magda Chambriard como nova CEO, substituindo Jean Paul Prates. Sob essa nova liderança, a empresa realizou com sucesso a emissão de US$ 1 bilhão em notas globais, um sinal de confiança do mercado na nova gestão.

Além de explorar novas áreas, como a Margem Equatorial no Brasil e projetos de gás natural na Colômbia, a Petrobras assinou recentemente 26 contratos de concessão para blocos exploratórios na Bacia de Pelotas, fortalecendo ainda mais sua presença no setor de upstream.

O plano anterior, divulgado por Prates, projetava US$ 102 bilhões em investimentos, com foco em aquisições e energias renováveis, como biorrefino e energia eólica. No entanto, o novo plano, segundo Melgarejo, se manterá em uma trajetória de “normalidade”, sem mudanças bruscas nos investimentos ou riscos à estabilidade financeira da Petrobras.

A expectativa agora é que o novo plano estratégico, ainda em desenvolvimento, seja a chave para enfrentar os desafios futuros e manter a Petrobras como líder no setor de petróleo e gás, com um olhar atento para a transição energética, mas sem comprometer suas operações tradicionais.