O fundo Fiagro KNCA11, gerido pela Kinea Investimentos, se consolida como um dos principais nomes do setor agro no mercado financeiro brasileiro. Com R$ 2,2 bilhões em patrimônio líquido e mais de 74 mil cotistas, o fundo tem se destacado por combinar alta liquidez, distribuições recorrentes e reserva acumulada sólida, mesmo em um ambiente macroeconômico instável.

Cotação atual aponta deságio atrativo

  • Cotação atual (jun/2025): R$ 95,36

  • Valor patrimonial por cota: R$ 102,74

  • P/VP (jun/2025): 0,93

O fundo está sendo negociado com um desconto de aproximadamente 7,2% sobre seu valor patrimonial, configurando uma oportunidade de entrada com margem de segurança.

Dividendos consistentes e em trajetória de alta

Nos últimos 12 meses, o dividend yield acumulado gira em torno de 13,5% ao ano. O valor dos proventos pagos por cota tem se mantido em patamares elevados:

  • Dividendos médios em 12 meses: R$ 1,12 por cota

  • Último rendimento (abril/2025): R$ 1,20 por cota

  • Maior rendimento histórico: R$ 1,46 por cota

  • Menor rendimento nos últimos 12 meses: R$ 0,90 (nov/2024)

A tendência de alta da Selic, atualmente em 14,75%, tem impulsionado os rendimentos do fundo, especialmente devido à sua elevada exposição a ativos indexados ao CDI.

Reserva acumulada reforça estabilidade dos rendimentos

Um dos pontos mais relevantes do KNCA11 é a sua reserva de lucros não distribuídos, que atualmente está em R$ 1,28 por cota. Esse colchão financeiro vem sendo reforçado mês a mês:

MêsReceita Líquida por CotaRendimento DistribuídoDiferença Acumulada
FevereiroR$ 1,35R$ 1,10R$ 0,25
MarçoR$ 1,38R$ 1,18R$ 0,20
AbrilR$ 1,43R$ 1,20R$ 0,23

Composição da carteira: foco em CRAs indexados ao CDI e IPCA

A carteira do KNCA11 é majoritariamente composta por CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio):

  • CRAs indexados ao CDI: 51,9%

  • CRAs indexados ao IPCA: 38,1%

  • FIDCs (FIC FIDC): 5,9%

  • Renda Fixa (LCI): 2,7%

  • Caixa: 3%

Ou seja, cerca de 90% da carteira está alocada em instrumentos que acompanham CDI ou inflação, o que torna o fundo bastante protegido contra cenários de alta de juros e inflação persistente.

Diversificação geográfica e setorial

O KNCA11 mantém exposição pulverizada regionalmente:

  • Sudeste (SP + MG): 40%

  • Centro-Oeste (MT): 13%

  • Demais regiões: 47%

No que se refere aos setores dos devedores, a carteira mostra a seguinte alocação:

  • Bioenergia: 32,5%

  • Alimentos e agronegócio: 25%

  • Logística e armazenagem: 18%

  • Outros (insumos, distribuição, proteína animal): 24,5%

Risco de concentração: atenção ao devedor Tecnomil

Apesar da diversificação, duas posições merecem atenção:

  • Grupo Tourlin: 6% do PL em uma única operação

  • Tecnomil: 8,5% do PL distribuído em 3 CRAs

Embora o nível de exposição esteja abaixo do limite crítico de 10% (considerado alto risco), são posições que exigem monitoramento constante, especialmente por estarem indexadas ao CDI com taxa de 5,25%, o que implica maior retorno, porém com risco mais elevado.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.