Em junho de 2025, a Klabin (KLBN11) foi elevada pelo Bradesco à sua principal recomendação no setor de materiais básicos. O banco revisou o preço-alvo para R$ 25 por unidade, um potencial de valorização de 36% sobre o preço de fechamento de R$ 19,40.

A decisão veio após as ações acumularem uma queda de 20% no ano, enquanto o Ibovespa subia 15% no mesmo período. O Bradesco destacou a companhia como “subvalorizada”, com fundamentos resilientes e capacidade de execução mesmo num cenário desafiador para commodities.

Liderança e diversificação com capilaridade global

A Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, com mais de 120 anos de operação. Em 2024, sua receita líquida alcançou cerca de R$ 20 bilhões, sendo aproximadamente 50% proveniente do mercado interno e os outros 50% de exportações.

O portfólio abrange fibras curtas (eucalipto) e longas (pinus), fluff pulp, papel-cartão, sacos industriais e papelão ondulado. Essa diversificação garante capilaridade em mais de 80 países, além de liderança no Brasil, frente a concorrentes como Suzano e Irani.

A Klabin opera com capacidade instalada superior a 4,5 milhões de toneladas anuais e mais de 25 mil hectares de florestas plantadas, o que contribui para seu baixo custo de produção.

Dividendos em retração: projeção para 2025

Historicamente, a Klabin equilibra altos investimentos com retornos aos acionistas. Em 2024, distribuiu R$ 0,47 por unidade no primeiro quadrimestre. Já em 2025, o valor caiu para R$ 0,27, refletindo maior destinação de caixa a projetos como Puma II e Platô.

Nos últimos cinco anos, o dividend yield líquido médio ficou em torno de 5,06%. Para 2025, analistas projetam dividendos anuais abaixo de R$ 1 por unidade, resultando em um yield entre 4,5% e 5,5%, ainda competitivo para o setor.

O múltiplo preço/valor patrimonial (P/VPA) atual está em aproximadamente 2,5 vezes, contra um pico histórico de 3,8 vezes e um patamar de “desconto” (em crises) de cerca de 1,6 a 1,7 vezes.

Comparação com concorrentes: números do setor

No Brasil, a Irani (RANI3) apresenta os melhores múltiplos, com EV/EBITDA de 8,4x e dividend yield líquido de 8,2%. A Suzano tem um EV/EBITDA de 9,0x, mas um dividend yield mais modesto, em torno de 2,2%.

A Klabin está entre ambas, com EV/EBITDA de 11,7x e dividend yield líquido próximo de 5%, mostrando um balanço entre valuation e retorno.

Entre os pares internacionais:

  • WestRock: P/VPA de 0,8x, dividend yield de 4,9%.

  • International Paper: P/VPA de 1,1x, dividend yield de 5,2%.

  • Smurfit Kappa (após fusão com WestRock): P/VPA de 0,9x, dividend yield de 4,5%.

Na modelagem de fluxo de caixa, os potenciais de valorização apontam:

  • Klabin: até 36% (R$ 25).

  • Suzano: até 44% (R$ 62).

  • Irani: até 43% (R$ 9).

Volatilidade recente e zonas de oportunidade

Em 2025, as ações da Klabin seguiram a tendência do câmbio, acompanhando a valorização do real frente ao dólar. Após atingir mínima de R$ 16,40, o papel recuperou parte das perdas com a recomendação do Bradesco.

Para investidores de longo prazo, analistas identificam as faixas entre R$ 16,00 e R$ 16,40 como níveis atrativos, com suporte técnico. Para horizontes mais curtos, alvos entre R$ 20,80 e R$ 21,40 são apontados como pontos para realização de lucros parciais.

Em termos de performance histórica:

  • 2022: queda de 21%.

  • 2024: alta de 17%.

  • 2025 (até junho): queda acumulada de 17%.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.