A Justiça colombiana determinou a interrupção das atividades de perfuração do poço de gás natural Uchuva-2, localizado na costa caribenha do país. A medida, anunciada na última sexta-feira (15), atende a um pedido de uma comunidade indígena da região de Taganga, nas proximidades de Santa Marta. Segundo a decisão, as empresas responsáveis, Petrobras e Ecopetrol, não teriam realizado a consulta prévia necessária junto à população local antes de iniciar a operação.
De acordo com o documento divulgado pela rádio Caracol, a perfuração do bloco Tayrona, operado pela Petrobras com 44,4% de participação, enquanto a Ecopetrol detém os 55,6% restantes, não contou com o consentimento formal da comunidade de Taganga. A Ecopetrol ainda deve se pronunciar sobre a decisão, enquanto a Petrobras não respondeu aos pedidos de comentário.
A suspensão ocorre em um momento crítico para a Colômbia, que se prepara para enfrentar uma escassez de gás natural no início de 2025. O governo e as empresas de energia apostam nos poços de águas profundas do Caribe para ampliar a oferta de gás no país. Caso receba as aprovações necessárias, a produção na região poderia começar já em 2029, segundo Elsa Jaimes, chefe de operações offshore da Ecopetrol.
Esse não é o único revés enfrentado pela Ecopetrol recentemente. Em agosto, a agência ambiental colombiana suspendeu o licenciamento de outro projeto offshore, o poço Komodo-1, que estava previsto para estabelecer um novo recorde mundial de perfuração em águas profundas. O projeto é uma parceria entre a estatal colombiana e a americana Occidental Petroleum.
A Petrobras, por sua vez, também tem enfrentado dificuldades no Brasil. A empresa foi impedida de realizar perfurações em áreas da Margem Equatorial devido a questões ambientais, o que tem limitado seus planos de expansão no setor offshore.
A decisão judicial colombiana destaca o crescente papel das comunidades locais e dos critérios ambientais nas decisões sobre grandes projetos de exploração de recursos naturais na América Latina, refletindo um cenário cada vez mais desafiador para as grandes empresas de energia.
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