ISA Energia e Taesa, duas das maiores transmissoras de energia do Brasil, despertam a atenção dos investidores que buscam renda estável. Mas qual delas oferece mais segurança e potencial de dividendos para 2025?

Ambas atuam em um segmento previsível e regulado, com receitas contratadas. No entanto, cada uma enfrenta desafios específicos que influenciam a rentabilidade e a atratividade para novos aportes.

Alavancagem: fator de risco ou estratégia?

A alavancagem é hoje um dos principais pontos de atenção para a Taesa. Com uma relação dívida líquida/EBITDA próxima de 4x, a companhia tem menos flexibilidade em um cenário de juros elevados, pois os custos financeiros consomem boa parte do lucro líquido.

A ISA Energia, em contrapartida, apresenta um nível de alavancagem mais controlado, ainda que também em alta por causa do ciclo de investimentos. O bom histórico de pagamento e o alto rating de crédito permitem à empresa captar recursos a custos competitivos — uma vantagem estratégica para financiar crescimento sem comprometer a saúde financeira.

Concessões e riscos regulatórios

A Taesa enfrenta um desafio relevante: o prazo médio de suas concessões é o mais curto entre as pares, com duas grandes linhas vencendo em breve e comprometendo parcela significativa da receita. A necessidade de disputar novos leilões para recompor essa receita esbarra no alto endividamento atual, que reduz a capacidade de investimento.

Por outro lado, a ISA Energia lida com a gradual redução do componente RBSE — uma indenização regulatória que representa cerca de 50% da sua receita atual — prevista para expirar em 2028. A expectativa é que os novos projetos em andamento compensem a perda dessa receita ao longo do tempo.

Dividendos projetados para 2025

As projeções para 2025 reforçam a vantagem competitiva da ISA Energia no curto prazo. Os rendimentos estimados para o próximo ano são:

  • ISA Energia: dividend yield potencial de cerca de 9% ao ano

  • Taesa: dividend yield projetado em torno de 7,5% ao ano

A Taesa continua pagando bem, mas os desafios com alavancagem e renovação de concessões colocam em dúvida a sustentabilidade de sua política de dividendos caso não haja ajustes estratégicos.

Qual escolher?

Para investidores que priorizam margem de segurança, a ISA Energia mostra-se mais equilibrada entre risco e retorno neste momento. Ela combina alavancagem mais administrável, projetos em execução para substituir a receita do RBSE e dividendos mais robustos.

A Taesa permanece sólida, mas poderia se beneficiar de um período de retenção de lucros para reduzir sua dívida e aumentar a capacidade de competir nos leilões futuros.

Resumo dos números:

IndicadorISA EnergiaTaesa
Alavancagem (dívida/EBITDA)ControladaElevada (≈4x)
Dividendos projetados (2025)≈9% ao ano≈7,5% ao ano
Risco regulatório principalFim do RBSE em 2028Concessões curtas
Potencial de crescimentoModeradoLimitado no curto prazo

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.