O Ibovespa renovou seu recorde histórico nesta quinta-feira (data do fato), enquanto o dólar comercial caiu para o menor patamar em mais de um ano, cotado a R$ 5,40 no fechamento. O principal índice da Bolsa brasileira subiu impulsionado pelo avanço das commodities metálicas, beneficiando empresas exportadoras, além do ambiente externo favorável para moedas de países emergentes.

Segundo dados da B3, o Ibovespa fechou o pregão com alta de 1,8%, superando o recorde anterior, puxado pelas ações de mineradoras e siderúrgicas. O dólar, por sua vez, recuou 0,9% no dia e acumula queda de cerca de 7% no ano frente ao real. Essa cotação é a mais baixa desde maio do ano anterior.

O que explica a valorização do real?

Dois fatores principais explicam o movimento: a alta dos preços das commodities e a expectativa de manutenção de uma trégua tarifária nos Estados Unidos. Os preços do minério de ferro, por exemplo, subiram 3,5% na sessão, favorecendo exportadores como o Brasil.

Além disso, mesmo com dados positivos de emprego nos EUA — que tradicionalmente fortalecem o dólar — a moeda americana perdeu força em mercados emergentes. Essa divergência ocorre porque os investidores avaliam que o crescimento econômico e a demanda por matérias-primas sustentam as moedas desses países.

Nos EUA, a taxa de desemprego caiu e a criação de empregos superou as expectativas, mas o dólar se valorizou apenas frente a moedas de países desenvolvidos, como o euro, e perdeu força frente ao real, peso mexicano e rand sul-africano.

Cautela no horizonte

Apesar do otimismo, o mercado segue atento ao fim da trégua tarifária imposta pelo governo americano, prevista para expirar na próxima quarta-feira. Uma eventual reintrodução de tarifas pode gerar volatilidade, afetar os fluxos de comércio e pressionar o câmbio novamente.

Para os brasileiros, a queda do dólar traz efeitos mistos: por um lado, torna viagens internacionais e importações mais baratas e ajuda a conter a inflação doméstica; por outro, pode reduzir a competitividade das exportações.

O mercado segue monitorando também a política monetária americana e as negociações comerciais entre EUA e China, que podem alterar o cenário atual.

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Eliomar Menezes é economista formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização em Planejamento Econômico e Finanças Corporativas. Com mais de 15 anos de experiência no setor financeiro, atua como analista econômico e consultor em estratégias de mercado. Sua expertise inclui macroeconomia, análise de investimentos e projeções de mercado. No O Petróleo, Eliomar oferece análises aprofundadas e orientações práticas sobre as tendências econômicas, fortalecendo a base de conhecimento dos leitores.