O fundo imobiliário HTMX11, especializado em hotéis e gerido pelo BTG Pactual, apresentou queda nos rendimentos distribuídos recentemente, reflexo direto da redução no volume de vendas de ativos e do desempenho mais fraco no mês de março — base do relatório de maio divulgado pela gestora.

Segundo o relatório, março foi impactado por um descompasso no calendário do Carnaval, que ocorreu mais cedo em 2024, e por uma redução natural na demanda após o pico sazonal. Apesar disso, o fundo apresentou rendimentos de R$ 0,79 por cota, valor abaixo do que já chegou a pagar em ciclos passados, como os quase R$ 4,00 por cota distribuídos em momentos de forte desinvestimento.

Nova abordagem da gestão e sinais positivos

Este é o segundo mês consecutivo em que a gestora reformulou a estrutura do relatório mensal, incluindo comentários operacionais mais transparentes e relevantes, um avanço importante apontado por investidores. Diferente dos relatórios anteriores com análises macroeconômicas genéricas, agora os dados focam diretamente na performance do fundo, o que ajuda na tomada de decisão dos cotistas.

Entre os destaques, o gestor cita a forte demanda por hospedagens em abril, especialmente em São Paulo, impulsionada por shows e eventos, como a apresentação da banda sul-coreana Stray Kids, que atraiu grande público. A tendência de alta na movimentação aos fins de semana também foi destacada como um ponto positivo.

Fim do PERSE e impacto tributário

O relatório também comenta o fim antecipado do PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que isentava hotéis de impostos como PIS e COFINS. Com a retirada do benefício, a carga tributária volta a pesar sobre o setor, afetando a lucratividade do fundo no médio prazo.

Indicadores operacionais e resultados

  • Patrimônio líquido: R$ 420 milhões

  • Valor de mercado: R$ 414 milhões

  • Taxa de ocupação: 55%

  • Diária média: R$ 591

  • RevPar: R$ 325 (queda de 7% mês a mês)

  • Lucro com venda de unidade: R$ 4,79 mil

Apesar da retração momentânea, o fundo ainda mantém um portfólio diversificado de hotéis, com destaque para unidades da bandeira Ibis, e concentra grande parte dos ativos em regiões estratégicas como São Paulo.

Perspectivas e desafios

A principal crítica atual ao fundo é o atraso na divulgação dos relatórios, o que dificulta o acompanhamento em tempo real das estratégias e dos ciclos de venda — fundamentais para o desempenho do HTMX. O mercado aguarda os dados de abril e maio para confirmar se o fundo voltou ao ciclo de vendas de unidades hoteleiras, o que pode impulsionar novamente os rendimentos.

Com um número crescente de cotistas e melhorias visíveis na comunicação da gestão, o HTMX segue como uma alternativa interessante no segmento de fundos de hotéis, mas ainda exige atenção quanto ao timing das informações e à consistência das receitas.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.