O fundo imobiliário HGCR11 tem mostrado um desempenho relativamente estável, com o pagamento consistente de dividendos, apesar dos desafios ocasionados pela inadimplência em algumas operações. Em julho de 2025, o fundo pagou R$ 1,50 por cota, mantendo a regularidade nos rendimentos mensais, apesar das pequenas dores de cabeça que surgiram com algumas inadimplências em sua carteira de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Resultados financeiros do mês

De acordo com o relatório de agosto, o fundo reportou um patrimônio líquido ajustado por rendimento de R$ 1,8 bilhões, com uma variação positiva de 1,8% no mês. Apesar de uma variação nas suas reservas de caixa (que subiram de R$ 0,73 para R$ 0,74 por cota), o fundo tem se segurado bem diante de um cenário desafiador. No acumulado do mês, o fundo obteve um resultado de R$ 1,4 milhão, o que foi suficiente para garantir o pagamento de R$ 1,50 por cota.

Desafios e inadimplência

A inadimplência tem sido um ponto sensível para o HGCR11, com alguns dos CRIs da carteira, como o Mega Moda, enfrentando dificuldades operacionais. A operação do Mega Moda está em recuperação judicial, o que impacta negativamente o desempenho do fundo, que ainda carrega um compromisso de aproximadamente 10% de seu patrimônio líquido relacionado a esta operação.

Em adição, o fundo continua com compromissadas que representam 2% de seu patrimônio líquido. O risco de inadimplência, somado à alavancagem utilizada, gera uma pressão constante sobre a rentabilidade do fundo, embora ele tenha conseguido manter a distribuição dos dividendos sem grandes impactos.

Estratégias de gestão: aumento das taxas de juros

No âmbito de gestão, o fundo anunciou um aumento nas taxas de juros para alguns CRIs, com a operação de JFL Loreno ajustada para IPCA + 10,5%. Esse ajuste visa garantir a continuidade dos pagamentos de dividendos e a segurança financeira do fundo, embora aumente o custo das operações, o que pode pressionar o retorno futuro.

Além disso, a gestão do fundo firmou um compromisso de desembolsar R$ 2 milhões adicionais em investimentos para assegurar a continuidade dos negócios e ampliar sua capacidade de geração de receita.

Projeções e expectativas

Com a reserva de caixa robusta e a expectativa de estabilidade nas operações, o fundo deve manter os dividendos em torno de R$ 1,50 por cota no segundo semestre de 2025. A inflação acumulada também impacta diretamente os resultados do fundo, com a inflação passando de 41% para 162% no mês.

A carteira de ativos do HGCR11 continua diversificada, com foco no varejo, logística e imóveis corporativos. No entanto, o fundo ainda possui uma concentração significativa em ativos atrelados ao IPCA, o que pode ser uma vantagem em um cenário de alta da inflação.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.