A geração compartilhada de energia solar é um modelo previsto pela legislação brasileira, dentro do ambiente de contratação regulado (ACR), que permite a várias pessoas ou empresas consumirem a energia gerada por uma única usina solar, localizada remotamente.
Ao contrário do modelo tradicional — em que os painéis solares ficam instalados no próprio telhado do consumidor (rooftop) —, na geração compartilhada a usina pode estar a quilômetros de distância das unidades consumidoras. Nesse caso, os créditos gerados pela usina são distribuídos entre os participantes, abatendo o consumo na conta de luz.
Diferenças entre geração local, remota e compartilhada
Existem duas formas principais de geração distribuída (GD) no Brasil:
Geração local: a energia é produzida no mesmo local onde é consumida, como em painéis no telhado.
Geração remota: a energia é produzida em uma usina distante, e os créditos são enviados à conta do consumidor.
Dentro da geração remota, há ainda duas modalidades:
Autoconsumo remoto: quando todas as unidades consumidoras beneficiadas pertencem ao mesmo titular (pessoa física ou jurídica).
Geração compartilhada: quando as unidades pertencem a titulares diferentes, como residências e comércios de pessoas distintas.
Estruturas jurídicas para geração compartilhada
Para formalizar a geração compartilhada, os participantes precisam estar reunidos em alguma estrutura legal reconhecida. As principais são:
Cooperativa
Mais comum para grupos de pessoas físicas que se organizam para compartilhar os créditos.
Consórcio
Frequentemente utilizado por empresas, embora pessoas físicas também possam participar.
Associação
Prevista pela Lei 14.300/2022, é flexível e permite a participação de pessoas físicas e jurídicas.
Condomínio
Usado por edifícios residenciais ou comerciais, em que os moradores dividem a energia de uma usina.
Essas estruturas são importantes porque permitem que o medidor seja cadastrado no nome da entidade (cooperativa, consórcio etc.), e os créditos sejam legalmente distribuídos entre os participantes, conforme acordado.
Energia por assinatura: como o mercado facilitou o acesso
Com a complexidade de montar uma usina e gerir os créditos, muitas empresas passaram a oferecer a chamada energia por assinatura, que nada mais é do que geração compartilhada simplificada.
Essas empresas cuidam de toda a parte burocrática e operacional, permitindo que os clientes apenas assinem um contrato para começar a economizar, sem precisar investir na construção da usina.
Vantagens da geração compartilhada
Participar de um programa de geração compartilhada ou de energia por assinatura oferece vários benefícios:
1. Economia imediata
Os consumidores pagam menos pela energia em comparação com a tarifa convencional da distribuidora.
2. Praticidade
Não é necessário se preocupar com a instalação, operação ou manutenção da usina, nem com a gestão dos créditos.
3. Sem investimento inicial
Diferente do rooftop, não há necessidade de comprar ou financiar painéis solares.
4. Sustentabilidade
Ao consumir energia solar, o cliente contribui para a redução das emissões de CO₂ e para a transição energética.
Panorama do mercado de geração compartilhada no Brasil
Atualmente, centenas de empresas, desde gigantes do setor até pequenas regionais, oferecem soluções de energia por assinatura para residências, comércios e indústrias.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), em 2024, a geração distribuída atingiu mais de 2 milhões de unidades consumidoras no Brasil, e a tendência é que a geração compartilhada represente uma fatia cada vez maior desse mercado.
Crescimento da geração distribuída no Brasil (2018–2024)
Ano | Unidades consumidoras com GD |
---|---|
2018 | 50 mil |
2019 | 150 mil |
2020 | 400 mil |
2021 | 800 mil |
2022 | 1,2 milhão |
2023 | 1,7 milhão |
2024 | 2,1 milhões |
Como começar a usar energia por assinatura?
Se você quer participar de um projeto de geração compartilhada:
Procure por empresas confiáveis do setor.
Verifique se elas oferecem contratos claros, sem cláusulas abusivas.
Pergunte sobre a origem da usina, a economia projetada e como funciona a distribuição dos créditos.
A geração compartilhada de energia solar não é um golpe, mas sim um modelo regulamentado e seguro que permite a consumidores e empresas acessarem energia limpa e mais barata, sem precisar investir em uma usina própria. Com estruturas legais adequadas e empresas especializadas facilitando o processo, a geração compartilhada se consolida como uma solução sustentável, econômica e acessível.
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