A Ferrovia Transnordestina é um dos maiores projetos de infraestrutura em andamento no Brasil. Com 1.753 km de extensão, ela tem o objetivo de conectar Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), garantindo um corredor logístico estratégico para escoar grãos, açúcar, ferro e gesso para exportação.
O projeto, iniciado em 2006, já consumiu mais de R$ 15,7 bilhões e segue em construção após enfrentar diversos atrasos, paralisações e problemas financeiros. Segundo o último relatório divulgado, 63% da obra já está concluída, com previsão de entrega em 2029.
Importância econômica e impacto para a região
Atualmente, os portos de Suape e Pecém movimentam juntos mais de 40 milhões de toneladas de carga por ano. Com a conclusão da Transnordestina, a capacidade poderá dobrar, reduzindo custos logísticos e tornando os produtos nordestinos mais competitivos no mercado internacional.
Além de aumentar a eficiência no transporte de cargas, a ferrovia deve atrair investimentos, gerar milhares de empregos diretos e indiretos e impulsionar a industrialização em áreas estratégicas do Nordeste.
Uma história marcada por atrasos e aumento de custos
Planejada ainda na década de 1990, a Transnordestina foi oficialmente lançada em 2006 com custo inicial de R$ 4,5 bilhões e previsão de conclusão em 2010.
Mas, ao longo dos anos, o projeto enfrentou problemas de gestão, questões financeiras, processos judiciais e suspensão de repasses pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
- 2008: custo sobe para R$ 5,4 bilhões, com apenas 6% da obra pronta.
- 2013: apenas 383 km concluídos.
- 2016: orçamento atinge R$ 7,5 bilhões; 600 km finalizados.
- 2022: repasses são retomados após novos acordos.
- 2024: valor chega a R$ 15,7 bilhões, com previsão de entrega para 2029.
Como é feita a construção da ferrovia
A obra envolve engenharia complexa, com nivelamento de solo, instalação de dormentes, colocação de trilhos e uso de técnicas avançadas como soldagem aluminotérmica para unir os trilhos de forma permanente.
Máquinas conhecidas como pórticos lançadores de trilhos aceleram o processo, garantindo maior precisão no alinhamento.
Além disso, a ferrovia atravessa terrenos áridos, rios e vales, exigindo a construção de pontes e viadutos resistentes, capazes de suportar trens de carga pesados.
Comparação com megaprojetos mundiais
A Transnordestina é frequentemente comparada a obras de grande impacto, como a Ferrovia Transiberiana, na Rússia, e o corredor ferroviário Mombasa-Nairobi, no Quênia. Assim como esses projetos, ela promete integrar regiões isoladas e fortalecer a economia local.
No Brasil, a obra é vista como uma parceira estratégica da Ferrovia Norte-Sul, reforçando a malha ferroviária nacional e criando novas alternativas para o transporte de cargas.
Expectativa de conclusão
Se concluída até 2029, a Transnordestina será um divisor de águas para a logística brasileira, consolidando-se como um eixo vital para o desenvolvimento do Nordeste e ampliando a participação do Brasil no comércio exterior.
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