As tensões no Oriente Médio estão gerando preocupações sobre os mercados globais de petróleo e gás, conforme análises recentes apontam para riscos significativos. O fechamento do terminal de petróleo Kharg, no Irã, que representa uma parte significativa das exportações de petróleo, levanta dúvidas sobre a estabilidade do fornecimento global. Com uma capacidade de aproximadamente 1,6 milhões de barris por dia (mb/dia), a interrupção das operações nesse terminal pode agravar a situação do mercado, que já enfrenta desafios devido à demanda em queda.
Atualmente, a produção total de petróleo do Irã é de cerca de 3,4 mb/dia, recuperando-se de níveis anteriores de 2,0 mb/dia, impostos por sanções. Embora a OPEP mantenha uma capacidade de produção de 6 mb/dia, a possibilidade de acesso ao Estreito de Ormuz, crucial para o transporte de cerca de 20% do petróleo global, é uma preocupação, principalmente em um cenário de conflito.
No mercado de gás, o Irã, embora um produtor considerável, não é um grande exportador. A falta de capacidade ociosa nos mercados globais de gás pode complicar ainda mais a situação. Os principais exportadores, como Catar e Emirados Árabes Unidos, são responsáveis por cerca de 20% do comércio mundial de gás natural liquefeito (GNL), com todas as exportações passando pelo Estreito de Ormuz. Apesar de interrupções anteriores terem sido evitadas com escoltas militares, a incerteza persiste.
Apesar das recentes quedas nos preços do petróleo e de uma demanda reduzida da China, especialistas mantêm uma perspectiva estável, prevendo que os preços do petróleo permaneçam entre USD 65/bl e USD 85/bl. Essa expectativa se baseia em um equilíbrio entre oferta e demanda, com a alocação disciplinada de capital por participantes não OPEP contribuindo para a estabilidade.
No entanto, a demanda global por petróleo fora da China é relativamente estável, e os rebaixamentos de demanda provenientes desse país não devem ser subestimados. Agências de previsão, como a AIE e a EIA, ajustaram suas expectativas de crescimento da demanda de 1,5 mb/dia para 1 mb/dia em 2024, com uma queda significativa nas expectativas de crescimento da demanda da China, reduzidas de 0,6 mb/dia para apenas 0,2 mb/dia.
O futuro da demanda por petróleo na China permanece incerto, e a fraqueza da economia chinesa levanta dúvidas sobre um crescimento robusto em 2025. Embora se espere uma recuperação da demanda global, as taxas de crescimento anteriores foram distorcidas por compras excessivas para reservas estratégicas, e muitos acreditam que o aumento recente foi exagerado.
Diante dessas incertezas, os analistas preveem um crescimento modesto da demanda por petróleo na China de apenas 0,2 mb/dia em 2025, enquanto o crescimento na Índia está projetado em 0,4 mb/dia. Assim, a interação entre fatores geopolíticos e econômicos continua a moldar os mercados de petróleo e gás, exigindo atenção constante dos investidores e especialistas do setor.
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