A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) está intensificando esforços para expandir as restrições de financiamento de projetos de combustíveis fósseis por agências de crédito à exportação, uma medida que busca dar continuidade ao compromisso em 2021 contra o carvão não mitigado. Em meio às crescentes pressões climáticas, essas discussões se tornam ainda mais cruciais à medida que a eleição presidencial dos EUA se aproxima e a cúpula climática da ONU, COP29, está prevista para novembro.
As negociações recentes refletem um cenário dividido. Enquanto as nações europeias propuseram novas iniciativas em novembro último, a Coreia do Sul e a Turquia manifestaram resistência, citando preocupações com a segurança energética e a equidade na concorrência, conforme revelado um documento da Korea Trade Insurance obtido via pedido de Liberdade de Informação.
Os Estados Unidos, ainda que não tenham apresentado uma contraproposta formal, sugeriram que qualquer acordo deve enfatizar a transparência e considerar as complexidades de avaliação do impacto climático dos novos projetos. Esta postura surge em um momento delicado, com a possibilidade de Donald Trump, que em seu primeiro mandato incentivou o financiamento americano a projetos de carvão no exterior, ser reeleito.
O investimento global em combustíveis fósseis atingiu cerca de US$ 1,1 trilhão em 2023, com petróleo e gás representando cerca de 75% deste total, segundo relatório da Agência Internacional de Energia. A OCDE deve realizar uma votação sobre o assunto em novembro, e as decisões precisam ser alcançadas por consenso, o que amplia a complexidade das negociações.
Essa dinâmica ressalta o papel significativo das agências de crédito à exportação como ferramentas para influenciar o financiamento de projetos que impactam o clima global. A aproximação da COP29 coloca os membros da OCDE sob intensa pressão para chegar a um acordo que possa contribuir eficazmente para a luta contra as mudanças climáticas.
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