O setor de energia solar no Brasil, que tem se destacado como uma das principais alternativas energéticas do país, enfrenta um novo e preocupante desafio: a falta de mão de obra especializada. Mesmo com um crescimento acelerado e uma demanda crescente por instalações de painéis solares, a escassez de profissionais capacitados está começando a impactar diretamente o ritmo de expansão do setor.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), a energia solar já representa cerca de 16,5% da matriz energética do país, um feito notável em um curto espaço de tempo. Contudo, a rápida ascensão traz consigo obstáculos inesperados. Empresas de diferentes portes relatam dificuldades para contratar trabalhadores qualificados, o que tem comprometido a eficiência e a qualidade das instalações.
A demanda por instalação de sistemas solares em residências e empresas não para de crescer. No entanto, a falta de profissionais com a capacitação necessária está forçando muitas empresas a buscar trabalhadores de outras áreas, o que gera a necessidade de treinamentos adicionais e pode comprometer a agilidade dos projetos. Bruno Chavarry, diretor da Sunfor, uma empresa especializada em instalações solares, destaca que esse é um dos maiores gargalos atuais: “O mercado cresce rapidamente, mas a mão de obra qualificada não acompanha o mesmo ritmo.”
Além disso, grandes projetos, como as chamadas “fazendas solares”, exigem ainda mais expertise. Nesses locais, milhares de painéis solares são instalados em grandes áreas de terra, e as empresas responsáveis pelos projetos enfrentam alta rotatividade de trabalhadores. De acordo com Elvis Albarello, diretor executivo da A. Dias, é comum que durante a construção de grandes fazendas solares ocorra uma troca de quase toda a equipe ao longo do projeto, o que afeta diretamente a continuidade e a qualidade do trabalho.
Nos Estados Unidos, empresas como a AES já começam a implementar soluções de automação na instalação de painéis solares. Robôs são usados em grandes fazendas solares para mitigar a escassez de mão de obra. No Brasil, essa tecnologia ainda está em fase inicial, mas já é vista como uma possível solução de longo prazo. Algumas empresas, como a A. Dias, têm utilizado drones para monitorar e identificar placas solares defeituosas por meio de câmeras térmicas, mas a substituição de componentes ainda é feita manualmente.
Apesar dos desafios, o Brasil ainda está em uma posição privilegiada no cenário global de energia solar. O país possui um grande potencial de expansão e está menos pressionado do que nações europeias, que enfrentam uma corrida contra o tempo para cumprir metas de descarbonização. No entanto, a falta de mão de obra qualificada é um problema que, se não for resolvido, poderá atrasar significativamente o avanço do setor de energias renováveis no país.
A questão que permanece é: conseguirá o Brasil superar esse desafio e consolidar sua posição como uma potência em energia solar?
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