A energia eólica, que ocupa o segundo lugar entre as fontes de eletricidade do Brasil, será determinante na transição energética e na descarbonização da economia do país, afirmou a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum. Em entrevista à Agência EFE, Gannoum destacou o papel da energia renovável na produção de hidrogênio verde e outros combustíveis sustentáveis, que estão ganhando espaço nas iniciativas globais de combate às mudanças climáticas.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 1.100 parques eólicos, que juntos produzem 33 gigawatts (GW), representando 16% de toda a eletricidade consumida no país. Em termos de capacidade instalada, o Brasil é o sexto maior do mundo e o terceiro que mais investe em energia eólica. “Há 15 anos, éramos a 15ª economia em capacidade eólica, hoje somos a sexta, com 33 GW”, comemorou Gannoum.
A presidente da ABEEólica também enfatizou que, além da eletricidade, a energia eólica será vital para a indústria e o transporte, especialmente na geração de hidrogênio verde, um combustível de baixo carbono essencial para a descarbonização de vários setores.
Nos últimos quatro anos, o Brasil aumentou sua capacidade eólica em cerca de 4 GW anuais, com expectativas de crescimento ainda maior nos próximos anos. Esse avanço se dará principalmente devido à demanda crescente por hidrogênio verde, um produto que tem atraído investimentos de grandes economias em busca de alternativas sustentáveis.
Gannoum destacou que, embora o Brasil tenha grande potencial para a exploração de energia eólica offshore, o setor ainda depende da aprovação de um marco legal. Mesmo assim, aproximadamente 20 empresas já solicitaram licenças para iniciar projetos offshore, com capacidade combinada de 234,2 GW, superando a capacidade total de geração de energia do país, que atualmente é de 206 GW.
A grande questão agora, segundo Gannoum, é criar demanda suficiente para toda essa energia gerada. Para isso, o Brasil precisará acelerar seu crescimento econômico e desenvolver uma indústria capaz de produzir bens e serviços sustentáveis, como aço verde e combustíveis renováveis.
Além disso, empresas de tecnologia já estão negociando com o setor eólico para alimentar grandes data centers com energia limpa, o que reforça ainda mais a importância da energia renovável para o futuro.
A ABEEólica participará do II Fórum Latino-Americano de Economia Verde, em São Paulo, onde especialistas, autoridades e representantes dos setores público e privado discutirão os desafios da crise climática e as oportunidades na transição energética.
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