Apesar do avanço das metas globais de transição energética, as maiores empresas de petróleo e gás do mundo devem aumentar seus investimentos em 2025, os 23 principais produtores globais irão expandir seus gastos em mais de 60% no próximo ano, comparado ao período de baixa durante a pandemia. Esse crescimento, porém, será moderado, com um aumento anual previsto de 5%, inferior aos picos anteriores.
O foco desses investimentos continua no setor upstream, responsável pela exploração e produção de petróleo e gás. Para as empresas emergentes, até 90% dos aportes serão destinados a esse segmento. Grandes players como BP, Shell, e Aramco seguem reinvestindo boa parte de suas receitas, enquanto também retornam entre 35% e 60% de seus lucros aos acionistas em dividendos ou recompra de ações.
Nos últimos meses, a BP sinalizou uma revisão significativa em suas metas de redução da produção de petróleo e gás. Inicialmente, a meta era cortar a produção em 40% até 2030, número que foi ajustado para 25%. Agora, a gigante do setor abandonou essa meta, reforçando sua intenção de aumentar a produção em regiões estratégicas, como o Golfo do México e o Oriente Médio. Essa decisão reflete a percepção crescente de que a demanda por petróleo e gás permanecerá robusta, à medida que a transição energética acontece mais lentamente do que o esperado.
Com os gastos em exploração direta em níveis abaixo dos registrados há uma década, a tendência é que as empresas recorram a fusões e aquisições para expandir suas bases de ativos. Essa estratégia visa mitigar os riscos de uma possível insuficiência de reservas no futuro, já que a demanda por hidrocarbonetos, incluindo o carvão, segue aquecida. Recentemente, as importações de carvão da China atingiram um recorde, mesmo sendo o país com maior capacidade instalada de energia eólica e solar.
Apesar do foco no core business de petróleo e gás, as empresas do setor continuam a investir na transição energética, embora em um ritmo mais cauteloso. Companhias como Aramco, BP, Shell, Total e Adnoc destinam cerca de US$ 5 bilhões anuais a projetos de baixo carbono. Curiosamente, as empresas estatais, como Aramco e Adnoc, têm investido mais em energia renovável do que as privadas. Isso pode ser explicado pela influência dos governos, que veem as estatais como impulsionadoras de suas estratégias de energia alternativa.
Esse cenário revela que, apesar dos compromissos firmados em torno da transição energética, a indústria de petróleo e gás ainda terá um papel preponderante nos próximos anos, com investimentos crescentes para atender à demanda global.
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