A crescente demanda por eletricidade nos Estados Unidos, somada ao aumento da geração de energia por gás natural, tornou o país mais dependente de combustíveis fósseis do que a China em 2024, revelam dados recentes. Desde junho, o uso de fontes fósseis, como gás natural e carvão, alcançou uma participação média de 62,4% na produção total de eletricidade nos EUA, comparada aos 60,5% observados no sistema energético chinês. Esse cenário destaca uma inversão inesperada entre as duas nações, onde a China – apesar de ser o maior emissor de carbono global – reduziu ligeiramente sua participação de carvão, favorecida por uma recuperação da energia hidrelétrica.
O impacto dessa transição energética nos EUA suscita preocupações sobre a meta de descarbonização da rede elétrica até 2035. Desde 2019, o consumo de gás natural para geração elétrica aumentou 20%, levando a uma expansão de sua participação de 38% para 43% no mix energético nacional. Este salto coincide com uma demanda crescente por energia elétrica para resfriamento e operação de data centers, sobretudo em função das temperaturas elevadas e do avanço da Inteligência Artificial, que amplia o consumo elétrico nas infraestruturas digitais do país.
Em resposta a esse crescimento, empresas americanas de energia têm anunciado uma capacidade de geração de gás natural sem precedentes. No primeiro semestre de 2024, o volume de novos projetos movidos a gás planejados igualou a capacidade total anunciada em 2020, conforme apontado por dados do Sierra Club e relatado pela Bloomberg.
O cenário desafia os compromissos climáticos americanos, com especialistas apontando que a crescente dependência de gás natural – combustível fóssil ainda intensivo em carbono – pode comprometer os esforços para a transição energética limpa. Em contraste, a China, embora ainda dependa fortemente do carvão, conseguiu reduzir sua participação de fósseis, beneficiando-se de um período de recuperação hidrelétrica que diminuiu temporariamente a necessidade de carvão para geração de eletricidade.
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