quinta-feira, 21 novembro / 2024

Os consórcios são conhecidos como uma alternativa menos onerosa que os financiamentos eficazes e prometem ajudar na aquisição de bens de forma gradual. Mas será que eles realmente compensarão? Em 2024, o cenário econômico e as altas taxas de juros geram novas questões. Vamos examinar em detalhes como o consórcio funciona, seus custos e se ele pode, de fato, ser uma escolha inteligente.

O que é e como funciona o consórcio?

Os consórcios surgiram no Brasil na década de 1960 como uma forma colaborativa de pessoas adquirindo bens, quando o crédito ainda era restrito. Em termos práticos, um consórcio funciona como um grupo de pessoas que se unem para pagar parcelas mensais e garantir um fundo comum. A cada mês, um participante é contemplado com o valor necessário para comprar o bem desejado, por sorteio ou lance.

Essa alternativa parece viável para quem deseja comprar um imóvel, veículo ou até mesmo outros bens como smartphones, mas o que muitos ignoram é que o valor final pago no consórcio pode ser muito maior do que o valor da carta de crédito.

Os Custos Ocultos do Consórcio

Taxa de Administração : Um dos maiores custos do consórcio, a taxa de administração, é um funcionário da instituição que gerencia o grupo e geralmente é aplicado ao longo de todo o contrato. Esse custo pode representar entre 15% e 25% do valor do bem.

Fundo de Reserva : Outra taxa que visa proteger o grupo em casos de inadimplência, mas que aumenta o valor final das parcelas.

Seguro : Em alguns consórcios, o seguro é opcional e garante o pagamento das parcelas em caso de morte do titular. Embora possa ser útil, também representa um custo adicional.

Exemplo Prático

Imagine um consórcio de um imóvel de R$ 350.000. Com uma taxa de administração de 20%, um fundo de reserva de 5% e um seguro de 2%, o custo total do pagamento até o final pode facilmente alterar o valor do bem. Isso torna o consórcio vantajoso apenas em algumas situações, como veremos a seguir.

Consórcio é Investimento?

Muitas pessoas veem o consórcio como uma forma de investimento, mas essa visão nem sempre corresponde à realidade. No consórcio, o valor que você investe em parcelas mensais não rende juros. Na prática, o consórcio envelhece mais como uma poupança depositada. Além disso, quem entra em um consórcio não tem certeza de quando será contemplado, e o tempo de espera pode ser desvantajoso.

Alavancagem com Consórcio: Estratégia ou Risco?

Em alguns casos, os investidores utilizam o consórcio como ferramenta de alavancagem. Ao serem contemplados, adquirem imóveis ou veículos e, em seguida, alugam ou vendem, buscando obter lucro. Contudo, essa prática envolve riscos e exige planejamento financeiro, pois as parcelas podem se tornar inviáveis ​​com o tempo.

Consórcio x Financiamento: Qual é a Melhor Opção?

A decisão entre consórcio e financiamento depende das prioridades e possibilidades financeiras de cada um:

  • Financiamento : Ao financiar, o bem é adquirido de imediato, mas a taxa de juros pode ser alta. No entanto, a possibilidade de usufruir do bem desde o início pode compensar o custo adicional.
  • Consórcio : As parcelas geralmente são menores, mas o acesso ao bem depende de sorteio ou de um lance. Isso significa que, em média, é preciso esperar até a contemplação para usufruir do bem. O consórcio pode ser uma opção viável para quem não tem urgência.

Comparação Prática

Suponha um consórcio de R$ 100.000 com 150 parcelas de R$ 700. Com todas as taxas incluídas, o valor final pode ultrapassar R$ 120.000. Em um financiamento com as mesmas taxas de juros, o valor total pode ser próximo, mas você já possui o bem desde o início, o que torna o financiamento uma opção vantajosa para quem quer usufruir do bem de imediato.

Vale a Pena Fazer Consórcio em 2024?

Para aqueles que desejam evitar o financiamento e aprender uma aquisição sem pressa, o consórcio pode ser uma opção viável. Contudo, é preciso estar ciente dos custos e das limitações.

  1. Para Planejamentos de Longo Prazo : Se a aquisição do bem não for urgente, o consórcio pode ser interessante.
  2. Para Diversificação Patrimonial : Em estratégias de alavancagem, o consórcio pode ser utilizado, mas é fundamental que a pessoa tenha capital para realizar lanças.
  3. Para Perfis Conservadores : Quem tem dificuldades para poupar mensalmente pode se beneficiar do consórcio como uma forma de economia forçada, mas é importante ter consciência das taxas.

O consórcio oferece vantagens para quem tem um perfil de planejamento de longo prazo e disciplina financeira. No entanto, para quem busca flexibilidade, segurança e agilidade, outras alternativas, como investimentos ou financiamentos, podem ser mais vantajosas. Ao considerar um consórcio, analise cuidadosamente as taxas envolvidas, o tempo de espera e faça uma simulação para entender o custo final.

Lembre-se, o consórcio pode ser uma ferramenta interessante em algumas situações, mas para outros perfis, pode ser uma armadilha. Avalie seu objetivo financeiro e considere suas prioridades antes de tomar uma decisão.

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Psicóloga com especialização em desenvolvimento de carreiras pela PUC-Rio, Nathália Santos escreve sobre oportunidades de emprego no setor automotivo, abordando temas como capacitação, tendências de mercado e estratégias de crescimento profissional.