Se você está dando os primeiros passos no universo dos Fundos Imobiliários (FIIs), é natural ficar em dúvida entre as opções mais populares do mercado. Entre as mais citadas nas redes sociais e nos canais de especialistas, estão MXRF11 e VGHF11 — dois fundos com perfis distintos, mas que atraem a atenção de investidores iniciantes por seus altos dividendos e estratégias bem definidas.

Neste conteúdo, vamos comparar os dois FIIs em detalhes, ajudando você a entender suas diferenças e qual deles pode fazer mais sentido para o seu perfil e objetivo de renda passiva em 2025.

O que são MXRF11 e VGHF11?

MXRF11 é um fundo imobiliário de papel, gerido pela XP Asset, criado em 2012 e um dos mais antigos e consolidados do mercado. Já VGHF11 é um fundo híbrido do tipo “hedge fund imobiliário”, gerido pela Valora Investimentos, com uma proposta mais moderna e flexível, lançado em 2021.

Ambos pagam dividendos mensais atrativos, mas possuem estruturas e estratégias bem diferentes, o que impacta diretamente o nível de risco e o potencial de retorno.

MXRF11: Tradição, estabilidade e foco em papel

Histórico e estrutura

  • Ano de criação: 2012

  • Gestora: XP Asset

  • Patrimônio líquido: R$ 4,2 bilhões

  • Cotistas: Aproximadamente 1,3 milhão

  • P/VPA: 1,00 (preço justo)

  • Yield (últimos 12 meses): 12,13%

Composição da carteira

  • 80% em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)

  • 12% em fundos imobiliários

  • 6,6% em permutas financeiras

  • 1,3% em caixa

A carteira é altamente concentrada em dívidas imobiliárias indexadas ao IPCA, com uma taxa média de 8,7% + IPCA. Isso garante proteção contra a inflação, mas também um perfil mais conservador e com menos flexibilidade.

A presença de permutas financeiras adiciona um pequeno grau de risco e potencial de valorização, mas representa uma fatia minoritária do fundo.

VGHF11: Flexibilidade, gestão ativa e diversificação

Histórico e estrutura

  • Ano de criação: 2021

  • Gestora: Valora Investimentos

  • Patrimônio líquido: R$ 1,4 bilhão

  • Cotistas: 400 mil

  • P/VPA: 0,89 (desconto de 11%)

  • Yield (últimos 12 meses): 14,12%

Composição da carteira

  • 47,2% em CRIs

  • 44,5% em fundos imobiliários

  • 5,6% em SPEs (permuta financeira)

  • 1,3% em ações do setor imobiliário

  • 1,1% em FIDCs

Diferente do MXRF11, o VGHF11 adota uma estratégia mais ativa, com liberdade para alocar recursos onde há maior oportunidade — seja em dívida, fundos, ações ou desenvolvimento imobiliário.

A carteira é híbrida, dividida entre CRIs atrelados ao CDI e ao IPCA, com taxas de IPCA + 9,2% e CDI + 3,9%. Isso garante proteção contra inflação e juros, além de permitir rebalanceamentos rápidos conforme o cenário econômico.

Comparativo direto: MXRF11 vs VGHF11

CritérioMXRF11VGHF11
Tipo de fundoPapel (CRIs)Multiestratégia (hedge fund)
Perfil de riscoConservadorModerado
Rentabilidade 12 meses12,13%14,12%
Preço vs. valor patrimonialJusto (P/VPA = 1)Descontado (P/VPA = 0,89)
GestãoPassivaAtiva
FlexibilidadeBaixaAlta
Foco geográficoSP – mercado residencialNacional – múltiplos setores
Potencial de valorizaçãoEstávelAlto, com base na carteira

Para quem é indicado cada fundo?

✅ MXRF11 é ideal para:

  • Investidores iniciantes que buscam segurança e estabilidade;

  • Quem prefere rendimentos previsíveis;

  • Quem deseja evitar grandes oscilações de mercado.

✅ VGHF11 é ideal para:

  • Quem aceita um pouco mais de risco em troca de maior retorno;

  • Investidores que buscam uma gestão mais ativa e oportunidades de valorização;

  • Quem quer diversificação maior dentro de um único fundo.

Qual o melhor para iniciantes?

A escolha entre MXRF11 ou VGHF11 depende do seu perfil de risco e dos objetivos com os FIIs. Se você busca começar com segurança, estabilidade e um fundo já consolidado, o MXRF11 é uma excelente porta de entrada.

Por outro lado, se você quer diversificação, desconto no valor de mercado e uma gestão ativa capaz de aproveitar ciclos e oportunidades, o VGHF11 pode entregar mais valor no médio prazo — especialmente com os atuais 11% de desconto frente ao valor patrimonial.

Dica de ouro: Não precisa escolher só um. Ter ambos pode trazer equilíbrio entre segurança e performance na sua carteira de fundos imobiliários.

Gostou da análise? Continue aprendendo mais sobre FIIs e descubra como montar sua carteira perfeita de renda passiva para 2025. Veja também nosso artigo especial sobre como escolher fundos imobiliários com segurança e retorno consistente.

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Fabiola Cunha é especialista em finanças e investimentos, com certificações pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e MBA em Gestão de Investimentos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com uma carreira de mais de 12 anos no mercado financeiro, ela se destaca por sua habilidade em planejar estratégias de investimentos pessoais e empresariais. No O Petróleo, Fabiola escreve sobre oportunidades de investimento, dicas de finanças pessoais e tendências do mercado de capitais.