quinta-feira, 21 novembro / 2024

A Colômbia anunciou um plano ambicioso de transição energética de US$ 40 bilhões, que inclui medidas para cessar a produção de petróleo e gás e investir em ecoturismo e agricultura sustentável. O plano foi revelado pela ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, durante a Semana do Clima de Nova York.

O país busca não apenas reduzir sua dependência de combustíveis fósseis, que representam mais da metade de suas receitas de exportação, mas também fortalecer a proteção ambiental e a biodiversidade. O governo colombiano está em negociações com países como Reino Unido, Alemanha, Canadá e instituições como a União Europeia e o Banco Interamericano de Desenvolvimento para financiar este projeto.

A estratégia de transição abrange US$ 8,5 bilhões destinados à restauração e conservação de ecossistemas, refletindo uma nova abordagem nas Parcerias para a Transição Energética Justa (JETPs), segundo Andrés Goméz, chefe de campanhas da América Latina na Iniciativa do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. Este movimento coloca a Colômbia como pioneira na região amazônica em integrar a biodiversidade como parte central de sua política energética.

Além dos investimentos ambientais, a Colômbia planeja destinar US$ 14,5 bilhões para a transição energética propriamente dita, com foco nas energias renováveis, que já produzem cerca de 75% da eletricidade do país. O plano também prevê a transformação do setor de carvão, envolvendo a realocação de mais de 130.000 trabalhadores para indústrias mais sustentáveis.

Um dos grandes desafios será a gestão financeira do plano, tendo em vista os altos níveis de dívida do país. Para isso, o governo considera usar mecanismos alternativos como trocas de dívida por natureza ou clima, uma estratégia que permitiria converter dívidas em investimentos ambientais, como sugerido pelo presidente Gustavo Petro para proteger a Amazônia.

A Colômbia pretende captar mais recursos e solidificar parcerias até a COP16 da biodiversidade, que será realizada em Cali, de 21 de outubro a 1º de novembro, onde o país demonstrará sua liderança na discussão sobre transições energéticas justas e eficazes.

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Thailane Oliveira é advogada formada pela USP e possui mais de 12 anos de experiência em políticas públicas e legislação de trânsito. Seus artigos explicam de forma clara as mudanças nas leis que afetam motoristas, ciclistas e usuários de transporte público.