A China consolidou-se como referência mundial em arquitetura futurista, impulsionada por um crescimento econômico acelerado e um forte investimento em infraestrutura e cultura. O país, que até os anos 1950 tinha uma economia majoritariamente rural, tornou-se a segunda maior potência mundial e o local com o maior número de edifícios sustentáveis do planeta.

Entre os projetos mais impressionantes estão construções que parecem ter saído de filmes de ficção científica. Centros culturais, hotéis e bibliotecas ganham formas ousadas, integrando tecnologia, sustentabilidade e identidade cultural.

Thousand Trees: natureza e emoção no coração de Xangai

Projetado pelo britânico Thomas Heatherwick, o Thousand Trees, em Xangai, é um centro comercial de nove andares que lembra uma montanha coberta por vegetação. O projeto transforma uma antiga área industrial abandonada em um espaço vivo e integrado à cidade, valorizando a conexão emocional entre pessoas e arquitetura.

Cada pilar do edifício sustenta uma árvore da região montanhosa chinesa, contribuindo para a biodiversidade local e criando um microclima mais fresco. Mais do que um prédio ecológico, o projeto humaniza a paisagem urbana e mostra que construções podem ter personalidade e impacto positivo na vida das pessoas.

Praça Cultural de Tanjou: tradição e inovação lado a lado

Outro destaque é a Praça Cultural de Tanjou, formada por seis módulos idênticos que abrigam museu, biblioteca, hotel, restaurantes e escritórios. O espaço é projetado para integrar atividades culturais e sociais, com uma praça central iluminada naturalmente e cortada por um espelho d’água.

O design remete a pontes, símbolo da ligação entre tradição e modernidade, em uma cidade com mais de 2.500 anos que hoje se torna polo industrial e tecnológico.

Biblioteca de Tianjin Binhai: o “olho” do conhecimento

Criada pelo escritório holandês MVRDV, a Biblioteca de Tianjin Binhai impressiona pelas estantes onduladas que chegam até o teto, formando um gigantesco “olho” quando vista de fora. Com capacidade para mais de 1,2 milhão de livros, a biblioteca propõe um espaço informal e interativo, onde visitantes podem explorar e se sentar livremente.

Apesar da grandiosidade, parte das estantes superiores é inacessível, sendo preenchida com placas de alumínio que imitam livros. Ainda assim, o projeto é considerado um dos mais criativos da última década.

Intercontinental Shanghai Wonderland: o hotel mais profundo do mundo

Construído em uma pedreira abandonada a 88 metros de profundidade, o Intercontinental Shanghai Wonderland levou 12 anos para ser concluído e custou US$ 300 milhões. Com 18 andares, sendo dois submersos, o hotel abriga 333 quartos, restaurantes e áreas de lazer integradas ao lago e ao paredão rochoso.

O projeto britânico é um exemplo de aproveitamento sustentável de áreas abandonadas, minimizando impactos ambientais e criando um microclima natural com temperatura equilibrada durante todo o ano.

Centro Internacional de Cultura e Arte de Chengdu

Projetado pelo renomado escritório Zaha Hadid Architects, o centro cultural de Chengdu destaca-se pelas formas curvas e fluidas que rompem padrões tradicionais. Dividido em três edifícios – museu, teatro e salão multifuncional –, o complexo é um marco arquitetônico que representa o movimento e a inovação cultural da cidade dos pandas gigantes.

Sheraton Moon Hotel: quando tradição encontra ousadia

Às margens do Lago Taihu, o Sheraton Moon Hotel chama atenção por seu formato em arco, inspirado em pontes tradicionais retratadas em pinturas chinesas. O hotel de 27 andares, com 282 quartos, utiliza estrutura mista de concreto e aço leve, garantindo resistência a terremotos e imponência arquitetônica.

O responsável pelo projeto, o arquiteto Ma Yansong, defende uma arquitetura que traduza emoções humanas e crie harmonia entre natureza e civilização moderna.

Modernização acelerada e impacto global

A China experimentou uma das transformações urbanas mais rápidas da história. Em 2008, inaugurou seu primeiro trem-bala; em 2019, já possuía mais de 35 mil km de linhas de alta velocidade, maior que a soma de todos os outros países. Cidades como Shenzhen cresceram exponencialmente, passando de vilarejos rurais a polos industriais e tecnológicos em poucas décadas.

Hoje, o país é o que mais investe em construção civil e infraestrutura cultural, atraindo arquitetos renomados e se tornando um verdadeiro “playground” para projetos inovadores.

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Pamela Batista, fala tudo sobre o setor de construção, incluindo obras públicas, infraestrutura, construção pesada e civil.