A renda fixa é, para muitos investidores iniciantes, o primeiro passo no mundo dos investimentos. No entanto, ao abrir uma conta na corretora e acessar a plataforma, é comum se deparar com uma verdadeira “sopa de letrinhas”: CDB, LCI, LCA, Tesouro IPCA, entre outros. Neste guia, vamos mostrar como montar uma carteira de renda fixa equilibrada, explicando o que são os títulos públicos e privados, os riscos envolvidos e como alocar seu dinheiro de forma estratégica.

Títulos públicos vs. Títulos privados: entenda a diferença

O que são títulos públicos?

Títulos públicos são emitidos pelo governo federal. Quando você compra um Tesouro Direto, por exemplo, está emprestando dinheiro ao governo, que promete devolvê-lo com juros em uma data futura. Por isso, são considerados os investimentos de menor risco de crédito no país.

Exemplos:

  • Tesouro Selic

  • Tesouro IPCA+

  • Tesouro Prefixado

O que são títulos privados?

Títulos privados são emitidos por bancos e empresas. Nessa modalidade, o risco de crédito é maior, pois depende da saúde financeira da instituição emissora.

Exemplos:

  • CDB (Certificado de Depósito Bancário)

  • LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

  • LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

  • Debêntures

Principais diferenças:

CaracterísticaTítulo PúblicoTítulo Privado
EmissorGovernoBancos/Empresas
Risco de créditoMenorMaior
Liquidez diáriaSim (Tesouro Selic)Depende do emissor
RentabilidadeModeradaPode ser maior, mas com mais risco

Para montar uma carteira sólida, é essencial diversificar entre diferentes tipos de títulos. A recomendação é dividir seu dinheiro da seguinte forma, com base em uma carteira de R$ 10 mil:

Pós-fixados (Tesouro Selic, CDB 100% CDI ou mais) – 15%

São os ativos mais seguros e previsíveis. Ideais para a reserva de emergência ou para quem busca segurança com liquidez.

Indexados à inflação de curto prazo (Tesouro IPCA+ curto, CDB IPCA curto) – 25%

Oferecem proteção contra a inflação com menor oscilação. São recomendados para objetivos de médio prazo.

Prefixados de curto prazo (Tesouro Prefixado com vencimento até 3 anos) – 35%

Representam a maior fatia da carteira. Bons para quem acredita na queda da Selic ou deseja travar uma taxa atrativa.

Prefixados de longo prazo (vencimento acima de 5 anos) – 10%

Oscilam bastante e são indicados para investidores que toleram riscos. Potencial de ganhos maiores no longo prazo.

IPCA+ de longo prazo (Tesouro IPCA+ 2045, por exemplo) – 15%

Alta volatilidade no curto prazo, mas com grande potencial de valorização se o cenário macroeconômico for favorável.

Resumo da alocação

Tipo de TítuloPercentual Ideal
Pós-fixados (Tesouro Selic, CDB)15%
IPCA+ curto prazo25%
Prefixados curto prazo35%
Prefixados longo prazo10%
IPCA+ longo prazo15%

Dicas importantes para investir com segurança

  • Evite concentrar mais de 30% da sua carteira em títulos privados. O risco de crédito é maior, e liquidez nem sempre é garantida.

  • Cuidado com o vencimento. Investimentos de longo prazo precisam ser mantidos até o fim para garantir retorno.

  • Diversifique sempre. Misturar tipos de indexadores (CDI, IPCA, prefixado) ajuda a equilibrar risco e retorno.

  • Olho na liquidez. Nem todos os investimentos podem ser resgatados a qualquer momento sem perdas.

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André Carvalho é jornalista formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com mais de 15 anos de experiência no mercado editorial, André é reconhecido por sua expertise em economia, finanças e políticas públicas. Sua trajetória inclui colaborações com veículos de grande relevância, onde desenvolveu análises estratégicas e conteúdos voltados para investimentos, benefícios sociais e gestão financeira.